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Procuradora da Venezuela denuncia golpe de Estado

A procuradora fez as declarações no Ministério Público, no qual anunciou que não comparecerá ao julgamento aberto contra ela no Tribunal Supremo

Luisa Ortega: "Isso é um golpe de Estado, mais grotesco do que o de Pedro Carmona" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Luisa Ortega: "Isso é um golpe de Estado, mais grotesco do que o de Pedro Carmona" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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EFE

Publicado em 4 de julho de 2017 às 16h18.

Caracas - A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, afirmou nesta terça-feira que está em andamento no país um golpe de Estado "mais grotesco" do que o realizado contra o ex-presidente Hugo Chávez em 2002, uma manobra feita a partir da dissolução, como ocorreu há 15 anos, dos poderes públicos.

A procuradora fez as declarações em um discurso no Ministério Público, no qual anunciou que não comparecerá ao julgamento aberto contra ela no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) por considerar que não cometeu crimes.

Além disso, Ortega Díaz afirmou que a instância máxima judicial da Venezuela é ilegítima por ser apenas um braço executor do governo na dissolução de poderes.

"Isso é um golpe de Estado, mais grotesco do que o de Pedro Carmona. Carmona foi quem dissolveu os poderes públicos aqui", afirmou a procuradora-geral.

Ortega Díaz disse que a denúncia contra ela é uma "fraude processual", um instrumento com o qual pretendem calá-la. Ela acusou um grupo de juízes do TSJ de terem abandonado a Constituição, usurpando "qualquer poder", seja o da Assembleia Nacional como o do Ministério Público da Venezuela.

"Eles querem calar-me para que eu não siga dizendo verdades, tais como que atualmente existe na Venezuela uma grosseira ruptura da ordem constitucional, que provém da repressão desmedida por parte dos órgãos de segurança do governo e das sentenças do TSJ", disse.

A procuradora-geral afirmou que, caso seja "removida arbitrariamente" de seu cargo pelo TSJ devido ao processo iniciado hoje, irá colaborar para o restabelecimento da vigência da Constituição ao lado do povo venezuelano.

Para Ortega Díaz, o processo contra ela é uma prova da "falta de objetividade e imparcialidade" dos juízes do TSJ, no "afã de executar a perseguição ordenada pelo governo".

A Venezuela vive uma onda de protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro há mais de três meses, que deixou até o momento 90 mortos e mais de mil feridos.

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