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Principal partido islamita da Líbia se retira do governo

O principal partido islamita líbio, Justiça e Construção, anunciou a retirada dos cinco ministros que mantinha no governo


	O primeiro-ministro da Líbia, Ali Zidan: "o governo é incapaz de tirar o país da situação de insegurança", afirma partido em comunicado
 (Getty Images)

O primeiro-ministro da Líbia, Ali Zidan: "o governo é incapaz de tirar o país da situação de insegurança", afirma partido em comunicado (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2014 às 13h33.

Trípoli - O principal partido islamita líbio, Justiça e Construção, anunciou nesta terça-feira a retirada dos cinco ministros que mantinha no governo de Ali Zidan, informou o partido político em comunicado.

Os ministros de Petróleo e Gás, Eletricidade, Juventude e Esporte, Economia e Habitação e Obras Públicas decidiram se retirar devido "à ausência total de um papel por parte do Governo para solucionar a situação atual no sul do país e em outras cidades", segundo a nota.

O partido islamita, que conta com 17 das 200 cadeiras do Parlamento, instituição composta em sua maioria por deputados independentes, acusou também o Executivo de não saber enfrentar os principais desafios durante seu mandato.

"Tudo isto reforça nosso convencimento de que o Governo é incapaz de tirar o país da situação de insegurança" que atravessa, indicou o comunicado divulgado pela formação.

Esta decisão se produz pouco depois que um grupo de 99 deputados, entre eles os parlamentares de Justiça e Construção, fracassassem na tentativa de forçar a renúncia do primeiro-ministro nas últimas sessões do Parlamento.

Na quinta-feira, 72 deputados apresentaram uma primeira proposta para tentar forçar a retirada de Zidán, que incluía sua substituição imediata pelo ministro da Educação Superior, Mohammed Abu Bakr.

As discussões na Assembleia Legislativa se prolongaram até a sessão de hoje depois que ontem à noite Zidán descartou sua renúncia em entrevista à televisão nacional "Líbia al Ahrar" e acusou a organização Irmandade Muçulmana de estar por trás destas manobras políticas.

Na assembleia realizada hoje, a proposta não alcançou os 120 votos necessários que estipula a lei para forçar a queda do presidente do Governo.

Na votação, os deputados rebeldes não contaram com o apoio do principal partido, o agrupamento laico Aliança Força Nacional do ex-primeiro-ministro Mahmoud Yibril, que conta com 39 assentos.

O presidente do partido islamita, Mohammed Sawan, justificou a moção de censura assegurando que "a decisão de retirar a confiança é consequência do fracasso do Governo em cumprir suas promessas".

Em 9 de janeiro, explodiram na cidade de Sebha, a 750 quilômetros ao sul de Trípoli, violentos enfrentamentos tribais que causaram uma trintena de mortos.

Perante a gravidade da situação, o Congresso Nacional Geral (Parlamento) decretou no sábado o "estado de alerta máxima" entre as fileiras do Exército líbio em uma sessão extraordinária convocada para discutir a situação de segurança no país.

O governo líbio se mostrou incapaz de controlar a crescente insegurança, especialmente no sul e no leste, devido à fraqueza dos corpos de segurança e à proliferação incontrolada de todo tipo de armamento. 

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