Primeiro-ministro de Israel planeja aliviar bloqueio a Gaza
Emissoras israelenses dizem que Netanyahu poderá permitir chegada de navios mercantes na costa do território palestino
Da Redação
Publicado em 4 de junho de 2010 às 06h33.
Jerusalém - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, planeja aliviar o bloqueio imposto à Faixa de Gaza, informaram na quinta-feira duas emissoras de televisão israelenses.
Segundo a emissora pública, Netanyahu poderá permitir que navios mercantes cheguem até a costa do território palestino, mas com a condição de que seus carregamentos sejam previamente inspecionados.
O canal 10 (privado) informou que os carregamentos civis poderão passar livremente depois de uma inspeção da qual a comunidade internacional poderia eventualmente participar.
Os dois canais de televisão afirmam que Netanyahu espera dessa forma impedir a transferência de armas para a Faixa de Gaxa, desviando ao mesmo tempo das pressões e críticas internacionais feitas contra Israel.
Israel foi condenado por todos os lados depois do ataque sangrento promovido na segunda-feira em alto-mar pelos comandos de sua marinha contra uma frota humanitária que pretendia romper o bloqueio à Faixa de Gaza.
O bloqueio está vigente desde que o Hamas, vencedor das últimas eleições legislativas realizadas em territórios palestinos, tomou o controle total de Gaza em 2007.
Nesta quinta-feira, foi divulgada a informação da existência de um vídeo do ataque, que será divulgado em breve, segundo a ativista brasileira naturalizada americana Iara Lee, que estava a bordo da frota.
"Conseguimos sair (de Israel) com imagens em vídeo de alta definição. Éramos os únicos com câmera profissional", disse Iara à Globo na Turquia, onde Israel a enviou junto a quase 500 ativistas. "Devemos voltar aos Estados Unidos e mostrá-lo ao mundo todo", completou.
Nascida no Brasil, mas vivendo nos Estados Unidos e titular de dupla nacionalidade, Iara disse ter conseguido esconder três cartões de memória em sua roupa para burlar a inspeção israelense.
Os soldados israelenses que detiveram a frota confiscaram todas as câmeras, computadores e telefones encontrados, segundo disseram os militantes liberados.