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Primeira-ministra rejeita exigências de manifestantes

Ministra da Tailândia rejeitou a ideia de um "conselho do povo" que não tenha surgido das eleições


	Pessoas protestam na Tailândia: em 2010, quase 100.000 "camisas vermelhas" ocuparam o centro de Bangcoc para exigir a queda do governo da época
 (Kerek Wongsa/Reuters)

Pessoas protestam na Tailândia: em 2010, quase 100.000 "camisas vermelhas" ocuparam o centro de Bangcoc para exigir a queda do governo da época (Kerek Wongsa/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2013 às 16h20.

Bangcoc - A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, rejeitou nesta segunda-feira as exigências dos manifestantes, que desejam substituir seu governo por um "conselho popular", em seu primeiro discurso exibido na TV desde as violentas manifestações de sábado.

"Estou disposta a fazer todo o possível para que o povo seja feliz. Mas como primeira-ministra, o que faço deve estar de acordo à Constituição", declarou.

Ela rejeitou a ideia de um "conselho do povo" que não tenha surgido das eleições.

"É possível citar a possibilidade de renunciar ou de dissolver o Parlamento, se isto tranquilizar os manifestantes e a calma for restaurada", completou, antes de convocar a oposição, mais uma vez, a negociar.

O governo da Tailândia emitiu uma ordem de prisão por "insurreição" contra o líder das manifestações no país.

As acusações por insurreição contra Suthep Thaugsuban "são passíveis de pena de morte ou prisão perpétua", declarou o comandante da polícia Chayut Thanataweerat.

Ainda é preciso aguardar para saber se as ameaças de detenção de Suthep serão concretizadas. A princípio, existe uma ordem de prisão contra ele por ter liderado a ocupação do ministério das Finanças.

Novos conflitos foram registrados na manhã desta segunda-feira na Tailândia entre as forças de segurança e milhares de manifestantes opositores que desejam a queda do governo.

A polícia usou gás lacrimogêneo, como no domingo, para defender a Casa de Governo, que conta com um rígido esquema de proteção, cercada por blocos de cimento e alambrados.


Os manifestantes - uma aliança excêntrica da burguesia conservadora ligada ao opositor Partido Democrático e de pequenos grupos ultramonárquicos - são muito hostis ao irmão de Yingluck, o bilionário Thaksin Shinawatra.

Os manifestantes - que no domingo eram 70.000 na capital, segundo a polícia, contra quase 180.000 há uma semana - acusam Thaksin, ex-primeiro-ministro derrubado por um golpe de Estado em 2006, de ser quem decide realmente na política do país, apesar de seu exílio em Dubai.

A violência explodiu no sábado à noite quando "camisas vermelhas" pró-governo, a bordo de um ônibus, começaram a atirar pedras contra os opositores. Um homem de 21 anos, primeira vítima da revolta, foi morto a tiros em circunstâncias confusas.

Mais três pessoas morreram e 57 ficaram feridas, segundo as equipes de emergência. Pelo menos dois "camisas vermelhas" estão entre as vítimas, segundo a polícia.

O aumento da tensão no último mês, que disparou no sábado com a primeira morte, provoca o temor de graves distúrbios.

Os líderes do movimento opositor apelaram por um último esforço para obter a "vitória" antes do aniversário do rei Bhumibol, em 5 de dezembro, data na qual é impensável convocar manifestações, já que a sociedade tailandesa tem grande respeito pela figura do monarca.

A revolta dos manifestantes foi provocada por um projeto de lei de anistia, redigido segundo eles para permitir o retorno de Thaksin, que vive no exílio e poderia escapar de uma condenação a dois anos de prisão por fraude financeira.

Apesar do Senado ter rejeitado o texto, os manifestantes prosseguiram com a mobilização.

Em 2010, quase 100.000 "camisas vermelhas" ocuparam o centro de Bangcoc para exigir a queda do governo da época, um protestos que foi dissolvido pelo exército.

A crise, que deixou 90 mortos e 1.900 feridos, aumentou as profundas divisões entre as massas rurais e urbanas desfavorecidas do norte e nordeste, leais a Thaksin, e as elites da capital que gravitam ao redor do palácio real e que consideram o ex-premier uma ameaça para a monarquia.

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