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Presos que Uruguai receberá não são de alto risco

Os Estados Unidos afirmaram que os presos de Guantánamo que o Uruguai está disposto a receber não são de alto risco


	Detento da prisão de Guantánamo: entretanto, o governo americano não esclareceu sobre possíveis ligações dos detentos com a Al Qaeda
 (John Moore/Getty Images)

Detento da prisão de Guantánamo: entretanto, o governo americano não esclareceu sobre possíveis ligações dos detentos com a Al Qaeda (John Moore/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2014 às 14h45.

Montevidéu - Os Estados Unidos afirmaram nesta terça-feira que os presos de Guantánamo que o Uruguai está disposto a receber "não são de alto risco", mas não esclareceu sobre possíveis ligações dos detentos com a Al Qaeda.

Em entrevista coletiva conjunta com o ministro das Relações Exteriores uruguaio, Luis Almagro, a embaixadora dos Estados Unidos em Montevidéu, Julissa Reynoso, esclareceu que ainda "não está fechado" o acordo para o envio dos presos porque "o diálogo com o Uruguai está em andamento, não terminou".

Os dois conversaram sobre a viagem que o presidente do Uruguai, José Mujica, fará aos EUA para se encontrar em 12 de maio com o presidente americano, Barack Obama.

Reynoso não respondeu sobre ligações dos presos que serão enviados para o Uruguai com a Al Qaeda, mas "garantiu que eles não são de alto risco nem para os Estados Unidos e nem para o outro país".

Em março, foi divulgado que Mujica aceitou o pedido de Obama para receber alguns dos presos em Guantánamo, como já fizeram os governos de outros dezoito países no mundo, nenhum deles da América do Sul.

Poucos dias depois, o jornal americano "Miami Herald" afirmou que quatro dos candidatos são considerados "de alto risco, já que é provável que representem uma ameaça para os Estados Unidos, seus interesses e seus aliados", segundo documentos confidenciais do Departamento de Defesa.

Almagro se negou a dar detalhes sobre os presos, que segundo afirmou recentemente o ministro do Interior uruguaio, Eduardo Bonomi, são seis e já teriam sido escolhidos em uma visita de uma delegação governamental do país à prisão de Guantánamo, localizada em uma base militar dos EUA em Cuba.

"As normas uruguaias não permitem dar dados sobre identidade, filiação ou atividade das pessoas que podem ser amparadas", disse hoje Almagro, antes de explicar que o governo uruguaio está resolvendo "a forma jurídica por meio da qual (os presos) vão ser recebidos".

A possível chegada ao Uruguai dos reclusos, que a princípio ficariam livres mas sob vigilância policial, foi questionada por alguns juristas e fez com que a presidência recebesse a cúpula da poderosa comunidade judaica no país para dar explicações sobre a decisão.

Sobre a visita de Mujica aos EUA, Reynoso e Almagro informaram que o tema central das conversas serão comércio, educação, pesquisa científica, direitos humanos e a segurança.

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