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Presidente português descarta eleições antecipadas

Aníbal Cavaco Silva se mostrou preocupado em relação às divergências entre os dois grandes partidos do país e pediu o consenso político


	Aníbal Cavaco Silva, presidente de Portugal: Cavaco Silva afirmou que não vê indícios da "iminência" de eleições, apenas 22 meses depois das últimas eleições legislativas.

Aníbal Cavaco Silva, presidente de Portugal: Cavaco Silva afirmou que não vê indícios da "iminência" de eleições, apenas 22 meses depois das últimas eleições legislativas.

DR

Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2013 às 14h44.

Lisboa - O presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, descartou nesta sexta-feira que sejam convocadas "eleições antecipadas" em Portugal, mas se mostrou preocupado em relação às divergências entre os dois grandes partidos do país e pediu o consenso político.

"Portugal passa por tempos difíceis", reconheceu em declarações à imprensa o presidente, que considerou que o "afastamento" entre os partidos conservadores que formam o atual governo e a oposição socialista "não é bom".

O mandato, no entanto, ainda não chegou sequer à metade e "há apenas dois dias que o Parlamento reafirmou a legitimidade deste governo", enfatizou Cavaco Silva, em alusão à moção de censura debatida na quarta-feira.

A moção foi apresentada pelo Partido Socialista (PS), embora tenha sido rejeitada sem dificuldade pela maioria absoluta do primeiro-ministro lusitano graças à aliança entre social-democratas (PSD, centro-direita) e democratas-cristãos (CDS-PP).

Cavaco Silva afirmou que não vê, por isso, indícios da "iminência" de eleições, apenas 22 meses depois das últimas eleições legislativas. Estas, por sua vez, foram antecipadas mais de dois anos pela queda do governo socialista - após se ver obrigado a pedir o resgate financeiro do país.

O chefe do Estado, figura histórica do PSD, defendeu a necessidade de um maior "entendimento" entre as grandes forças políticas, às quais pediu "contenção verbal" e "sensatez".

O presidente lembrou o caso da Itália, cujo chefe de Estado tenta, por enquanto sem sucesso, um consenso entre os partidos para formar governo após as eleições do mês passado.


"Os partidos são entidades autônomas e nem sempre fazem o que quereríamos que fizessem", admitiu Cavaco que, no entanto, manifestou seu desejo de que "prevaleça o bom senso para que Portugal resolva seus desequilíbrios".

É preciso "uma resposta mais eficaz" ao drama que o país enfrenta, ao rumar para 1 milhão de desempregados, ressaltou.

O chefe de Estado lembrou a importância do entendimento político sobre os compromissos do resgate, cuja renegociação foi pedida pelo PS em sua moção de censura, concentrada na dura política de austeridade do governo de Pedro Passos Coelho.

As atuais diferenças entre o PS e o PSD contrastam com o consenso geral que existiu até o ano passado sobre o programa de assistência financeira Portugal, muito valorizado pela UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI), entidades que forneceram o resgate.

Cavaco Silva quase não comentou o tema central do debate político em Portugal, que motivou uma áspera discussão no Parlamento e a exoneração do ministro de Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, considerado o homem de confiança de Passos Coelho.

Muito longe da defesa que o primeiro-ministro fez de seu colaborador, acusado de obter um título de formação acadêmica irregular, no entanto, Cavaco pediu ao Ministério da Educação que não deixe de ser "rigoroso", para reafirmar a qualidade do ensino português. 

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