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Presidente do Irã diz que sanções dos EUA são "ato terrorista"

A tensão entre o Irã e os Estados Unidos aumentou desde que Trump saiu retirou o país do acordo nuclear internacional e readotou sanções

HASSAN ROUHANI: Presidente do Irã afirma que vai responder às novas sanções aplicadas pelos Estados Unidos / Spencer Platt/Getty Images (Spencer Platt/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 20 de fevereiro de 2019 às 12h19.

Londres — O presidente do Irã, Hassan Rouhani , disse nesta quarta-feira que as relações com os Estados Unidos raramente foram tão ruins e que as sanções impostas pelo governo Trump visando os setores petrolífero e bancário de seu país equivalem a um "ato terrorista".

A animosidade entre Washington e Teerã - inimigos desde a revolução iraniana de 1979 - se intensificou desde que o presidente Donald Trump retirou os EUA de um acordo nuclear internacional com Teerã em maio e readotou sanções suspensas pelo acordo.

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"A luta entre o Irã e a América está atualmente em seu ponto máximo. A América empregou todo seu poder contra nós", disse Rouhani em uma reunião de gabinete, segundo citação da emissora estatal IRIB.

"A pressão dos EUA para que empresas e bancos encerrem os negócios com o Irã é cem por cento um ato terrorista", afirmou.

Trump readotou as sanções sob pretexto de reduzir rendas do petróleo iraniano e sufocar a economia do país e suas atividades no Oriente Médio, especialmente nos conflitos da Síria e do Iêmen.

Hipocrisia

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Javad Zarif, acusou os EUA de hipocrisia por tentarem arruinar o programa nuclear do Irã enquanto buscam vender tecnologia nuclear à Arábia Saudita, rival regional de Teerã.

"Nem os direitos humanos nem o programa nuclear é a verdadeira preocupação dos EUA. Primeiro um jornalista esquartejado, e agora a venda ilícita de tecnologia nuclear à Arábia Saudita, expõem totalmente a #HipocrisiaDosEUA", tuitou Zarif.

Ele se referiu ao assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado saudita de Istambul, que causou uma revolta internacional.

A Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) disse que o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, provavelmente ordenou o crime, o que Riad nega. Trump ficou ao lado do príncipe, dizendo que a venda de armas à Arábia Saudita é uma fonte importante de empregos para norte-americanos.

Parlamentares democratas dos EUA alegaram, em um relatório divulgado na terça-feira, que uma transferência de tecnologia nuclear norte-americana proposta a Riad está sendo agilizada por meio de um processo de aprovação obrigatória.

Ao contrário dos EUA, potências europeias estão trabalhando para preservar o acordo nuclear internacional de 2015 com o Irã - mas a França disse estar disposta a reacionar sanções contra Teerã se não houver avanço nas conversas sobre programa de mísseis balísticos. O afirma que seu programa de mísseis é puramente defensivo.

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