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Premier britânico inicia batalha por reforma na UE

Retomando um dos slogans de sua campanha, Cameron, reeleito em 7 de maio, se disse "determinado" a renegociar os termos da permanência do Reino Unido na UE

Cameron chega ao segundo dia de reunião em Riga: "eu volto a dizer que, se não conseguir o que acredito que precisamos, não excluo nada" (Alain Jocard/AFP)
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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2015 às 14h02.

Riga - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disparou nesta sexta-feira o primeiro tiro de uma batalha, que se anuncia difícil, para reformar a União Europeia e manter seu país no bloco.

"Haverá muito barulho, muitos altos e baixos no caminho", declarou ao colocar a questão sobre a mesa durante a cúpula europeia em Riga, que deveria se concentrar nas relações com os vizinhos do leste europeu.

Retomando um dos slogans de sua campanha, Cameron, reeleito em 7 de maio, se disse "determinado" a renegociar os termos da permanência do Reino Unido na UE antes de um referendo programado para o final de 2017 sobre um eventual "Brexit", a saída do país do grupo dos 28.

"Eu volto a dizer que, se não conseguir o que acredito que precisamos, não excluo nada", mas "estou confiante" em obter esta reforma, acrescentou.

O primeiro-ministro britânico, decidido a entrar de cabeça neste combate, viajará para Paris na quinta-feira e a Berlim na sexta-feira para discutir suas reivindicações antes de uma nova cúpula em junho, em Bruxelas.

Visivelmente menos apressados, seus pares não evocaram a questão em Riga, um silêncio que prenuncia próximas discussões potencialmente difíceis.

"Não houve discussão" sobre a reforma da UE, afirmou o presidente francês, François Hollande, acrescentando que "não era o lugar nem o momento".

David Cameron, sob pressão dos eurocéticos na Grã-Bretanha, pretende repatriar alguns poderes de Bruxelas para Londres e endurecer as condições de acesso ao mercado de trabalho e à assistência social para os imigrantes da UE, em especial dos países do Leste.

A Comissão Europeia já traçou uma linha vermelha, ressaltando que as "quatro liberdades fundamentais", a saber, a livre circulação de pessoas, bens, capitais e serviços, não são negociáveis.

Sobre o único assunto na agenda de Riga, a Parceria Oriental, os 28 reiteraram que não se deixariam intimidar por Moscou e prosseguirão com a aproximação econômica e política com seis repúblicas da ex-URSS.

Otimismo sobre vistos

Mas eles ressaltaram que uma adesão não está na ordem do dia, principalmente para Ucrânia, Moldávia e Geórgia, os três países que mais assinaram acordos de associação.

"Ninguém prometeu que a Parceria Oriental seria a via automática para uma adesão à UE", resumiu o presidente do Conselho europeu, Donald Tusk. "A UE é uma parceria de longo prazo", ressaltou, acrescentando que a cooperação não poderia avançar "a passos de gigante".

Contudo, a Geórgia e a Ucrânia receberam sinais de encorajamento sobre uma possível liberalização em 2016 do regime de vistos de entrada na UE, já acordado aos moldavos.

François Hollande ressaltou que a Parceria com o Leste não deve ocorrer em detrimento da relação já tensa com a Rússia, que critica tudo o que considera como uma intromissão em sua esfera de influência.

"Nós não devemos fazer desta Parceria Oriental mais um conflito com a Rússia", disse Hollande depois de uma reunião trilateral com Merkel e com o presidente ucraniano Petro Poroshenko.

As aspirações pró-europeias da Ucrânia e a derrubada do presidente Viktor Yanukovych em 2014, na sequência do movimento popular de Maidan, impulsionaram Moscou a anexar a Crimeia e apoiar a rebelião separatista pró-russa no leste do país.

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Riga - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disparou nesta sexta-feira o primeiro tiro de uma batalha, que se anuncia difícil, para reformar a União Europeia e manter seu país no bloco.

"Haverá muito barulho, muitos altos e baixos no caminho", declarou ao colocar a questão sobre a mesa durante a cúpula europeia em Riga, que deveria se concentrar nas relações com os vizinhos do leste europeu.

Retomando um dos slogans de sua campanha, Cameron, reeleito em 7 de maio, se disse "determinado" a renegociar os termos da permanência do Reino Unido na UE antes de um referendo programado para o final de 2017 sobre um eventual "Brexit", a saída do país do grupo dos 28.

"Eu volto a dizer que, se não conseguir o que acredito que precisamos, não excluo nada", mas "estou confiante" em obter esta reforma, acrescentou.

O primeiro-ministro britânico, decidido a entrar de cabeça neste combate, viajará para Paris na quinta-feira e a Berlim na sexta-feira para discutir suas reivindicações antes de uma nova cúpula em junho, em Bruxelas.

Visivelmente menos apressados, seus pares não evocaram a questão em Riga, um silêncio que prenuncia próximas discussões potencialmente difíceis.

"Não houve discussão" sobre a reforma da UE, afirmou o presidente francês, François Hollande, acrescentando que "não era o lugar nem o momento".

David Cameron, sob pressão dos eurocéticos na Grã-Bretanha, pretende repatriar alguns poderes de Bruxelas para Londres e endurecer as condições de acesso ao mercado de trabalho e à assistência social para os imigrantes da UE, em especial dos países do Leste.

A Comissão Europeia já traçou uma linha vermelha, ressaltando que as "quatro liberdades fundamentais", a saber, a livre circulação de pessoas, bens, capitais e serviços, não são negociáveis.

Sobre o único assunto na agenda de Riga, a Parceria Oriental, os 28 reiteraram que não se deixariam intimidar por Moscou e prosseguirão com a aproximação econômica e política com seis repúblicas da ex-URSS.

Otimismo sobre vistos

Mas eles ressaltaram que uma adesão não está na ordem do dia, principalmente para Ucrânia, Moldávia e Geórgia, os três países que mais assinaram acordos de associação.

"Ninguém prometeu que a Parceria Oriental seria a via automática para uma adesão à UE", resumiu o presidente do Conselho europeu, Donald Tusk. "A UE é uma parceria de longo prazo", ressaltou, acrescentando que a cooperação não poderia avançar "a passos de gigante".

Contudo, a Geórgia e a Ucrânia receberam sinais de encorajamento sobre uma possível liberalização em 2016 do regime de vistos de entrada na UE, já acordado aos moldavos.

François Hollande ressaltou que a Parceria com o Leste não deve ocorrer em detrimento da relação já tensa com a Rússia, que critica tudo o que considera como uma intromissão em sua esfera de influência.

"Nós não devemos fazer desta Parceria Oriental mais um conflito com a Rússia", disse Hollande depois de uma reunião trilateral com Merkel e com o presidente ucraniano Petro Poroshenko.

As aspirações pró-europeias da Ucrânia e a derrubada do presidente Viktor Yanukovych em 2014, na sequência do movimento popular de Maidan, impulsionaram Moscou a anexar a Crimeia e apoiar a rebelião separatista pró-russa no leste do país.

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