Premiê se desculpa por assessor envolvido em grampos ilegais
David Cameron disse nesta terça-feira que errou ao contratar Andy Coulson como seu assessor de comunicação em 2007
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2014 às 12h42.
Londres - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse nesta terça-feira que errou ao contratar Andy Coulson como seu assessor de comunicação em 2007. Ele fez a declaração pouco depois que Coulson, ex-editor de um tabloide de Rupert Murdoch, foi considerado culpado de envolvimento em uma conspiração para realizar escutas telefônicas ilegais.
A oposição há muito tempo questiona a decisão de Cameron na contratação de Coulson, que renunciou à direção do News of the World, jornal de Murdoch agora extinto, quando dois de seus funcionários foram presos por grampos ilegais, antes de Cameron o contratar.
O veredito de Coulson ameaça prejudicar a reputação do líder conservador, antes de uma eleição nacional no próximo ano. O Partido Trabalhista, da oposição, diz que o episódio mostra como o primeiro-ministro falha em suas avaliações.
Em um clipe para a TV britânica produzido menos de duas horas após o veredito ter sido anunciado, Cameron tentou limitar os danos à sua imagem apresentando rapidamente um inequívoco pedido de desculpas.
"Eu sinto muito tê-lo empregado, foi a decisão errada", disse Cameron sobre Coulson, dizendo que estava apresentando um pedido de desculpas "completo e franco" pela contratação.
"Eu perguntei se ele sabia sobre as escutas ilegais, e ele disse que não. Eu aceitei suas garantias e dei-lhe o emprego", disse Cameron.
Coulson, de 46 anos, dirigiu as operações de mídia do líder britânico entre 2007 e 2011. Cameron afirmou que havia dado a Coulson uma segunda chance após a carreira de mídia do ex-editor ter terminado, algo que o líder diz agora ter sido uma má decisão.
Coulson negou irregularidades antes e depois da contratação por Cameron. Durante o julgamento, Coulson admitiu ter conhecimento de apenas uma situação de grampos ilegais, mas declarou que sua equipe não o informou sobre a atividade criminosa generalizada.
Ed Miliband, líder do Partido Trabalhista, disse em 2011 que foi "um erro catastrófico de julgamento" Cameron ter contratado Coulson.
Alguns dos aliados de Cameron o alertaram à época contra a contratação de Coulson por causa da divulgação de histórias suspeitas sobre o tabloide que ele dirigia, mas Cameron decidiu não ouvir suas advertências.