Premiê da Ucrânia tem apoio de Merkel para pressionar Rússia
O primeiro-ministro ucraniano disse que não tem muitas esperanças em relação a uma possível cúpula na próxima semana na capital do Cazaquistão, Astana
Da Redação
Publicado em 9 de janeiro de 2015 às 15h27.
Berlim - O primeiro-ministro da Ucrânia , Arseni Yatseniuk, reuniu-se nesta sexta-feira em Berlim com a chanceler alemã, Angela Merkel , junto a qual pressionou novamente a Rússia a cumprir com os acordos de Minsk e da qual recebeu elogios pelas reformas econômicas empreendidas em seu país.
"O acordo de Minsk, se for cumprido, pode ser a base para recuperar a integridade territorial" da Ucrânia e contribuir, além disso, para a suspensão as sanções contra a Rússia, declarou em entrevista coletiva conjunta a chanceler, que pediu ao governo russo "avanços visíveis" em sua implementação.
Yatseniuk afirmou que o acordo firmado entre Kiev, Moscou e os rebeldes pró-Rússia em Minsk no início de setembro de 2014 é o "instrumento" para isso.
No entanto, lembrou que a imposição de sanções à Rússia por seu papel na crise da Ucrânia são respostas a causas concretas e "só poderá haver uma suspensão quando essas causas forem eliminadas".
O primeiro-ministro ucraniano disse que não tem muitas esperanças em relação a uma possível cúpula na próxima semana na capital do Cazaquistão, Astana, entre o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, o líder russo, Vladimir Putin, junto ao chefe de Estado francês, François Hollande, e a própria chanceler.
Não está certo se esse encontro chegará a ocorrer e, se acontecer, se parte dos integrantes "não demorará a cumprir todos os pontos do acordo de Minsk", declarou a chanceler.
"A única coisa pode ser feita é tentar obter progressos visíveis e, ao mesmo tempo, contar com um roteiro confiável para outros pontos", disse Merkel, que amanhã receberá em Berlim o presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev.
Yatseniuk classificou como "questão importante" o cumprimento do acordo de Minsk - "o único documento" que serve de base para solucionar o conflito, segundo ele - e afirmou que enquanto o governo de Kiev cumpriu sua parte, a "Rússia não compriu nenhum ponto".
Além disso, afirmou que a Ucrânia está em um "estado de guerra não declarado" e ressaltou que Moscou "deverá agir" e, entre outras coisas, deixar de fornecer armas e "recuar seus guerrilheiros" do leste ucraniano, onde se revoltaram os pró-Rússia.
Antes, Yatseniuk tinha pedido ao Ocidente, em discurso perante a Sociedade Alemã de Política Externa (DGAP), para manter uma postura coesa em relação à Rússia.
"Só podemos ter êxito se todos na União Europeia, nos Estados Unidos e na Ucrânia permanecermos juntos e unidos", afirmou, enquanto acusou Putin de romper várias vezes os compromissos firmados.
Yatseniuk disse ter discutido com a chanceler as reformas na Ucrânia, "muito difíceis, mas importantes", destinadas a reduzir o déficit, implementar programas sociais, elevar as tarifas a níveis de mercado e combater a corrupção, entre outros objetivos.
Neste sentido, disse que a Ucrânia "precisa de pacotes econômicos adicionais que ajudem a estabilizar" o país, expressou seu agradecimento "aos contribuintes alemães" e prometeu que os ucranianos quitarão os empréstimos.
"Somos responsáveis e transparentes", disse, e aproveitou para convocar os investidores alemães a participarem da modernização da rede de gás de seu país.
Segundo ele, a Ucrânia ganhou importância por ser o país de passagem do gás russo depois que Moscou cancelou o projeto South Stream, um novo gasoduto que teria evitado o território ucraniano para conectar a Rússia diretamente com a União Europeia.
A chanceler declarou que a Alemanha continuará a apoiar a Ucrânia em termos econômicos e políticos e reconheceu que "os cidadãos (ucranianos) estão muito exigentes".
Merkel classificou o programa de reformas ucraniano como "ambicioso" e "decidido" e expressou sua esperança que a Ucrânia continue em busca de se tornar um país transparente.
Berlim - O primeiro-ministro da Ucrânia , Arseni Yatseniuk, reuniu-se nesta sexta-feira em Berlim com a chanceler alemã, Angela Merkel , junto a qual pressionou novamente a Rússia a cumprir com os acordos de Minsk e da qual recebeu elogios pelas reformas econômicas empreendidas em seu país.
"O acordo de Minsk, se for cumprido, pode ser a base para recuperar a integridade territorial" da Ucrânia e contribuir, além disso, para a suspensão as sanções contra a Rússia, declarou em entrevista coletiva conjunta a chanceler, que pediu ao governo russo "avanços visíveis" em sua implementação.
Yatseniuk afirmou que o acordo firmado entre Kiev, Moscou e os rebeldes pró-Rússia em Minsk no início de setembro de 2014 é o "instrumento" para isso.
No entanto, lembrou que a imposição de sanções à Rússia por seu papel na crise da Ucrânia são respostas a causas concretas e "só poderá haver uma suspensão quando essas causas forem eliminadas".
O primeiro-ministro ucraniano disse que não tem muitas esperanças em relação a uma possível cúpula na próxima semana na capital do Cazaquistão, Astana, entre o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, o líder russo, Vladimir Putin, junto ao chefe de Estado francês, François Hollande, e a própria chanceler.
Não está certo se esse encontro chegará a ocorrer e, se acontecer, se parte dos integrantes "não demorará a cumprir todos os pontos do acordo de Minsk", declarou a chanceler.
"A única coisa pode ser feita é tentar obter progressos visíveis e, ao mesmo tempo, contar com um roteiro confiável para outros pontos", disse Merkel, que amanhã receberá em Berlim o presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev.
Yatseniuk classificou como "questão importante" o cumprimento do acordo de Minsk - "o único documento" que serve de base para solucionar o conflito, segundo ele - e afirmou que enquanto o governo de Kiev cumpriu sua parte, a "Rússia não compriu nenhum ponto".
Além disso, afirmou que a Ucrânia está em um "estado de guerra não declarado" e ressaltou que Moscou "deverá agir" e, entre outras coisas, deixar de fornecer armas e "recuar seus guerrilheiros" do leste ucraniano, onde se revoltaram os pró-Rússia.
Antes, Yatseniuk tinha pedido ao Ocidente, em discurso perante a Sociedade Alemã de Política Externa (DGAP), para manter uma postura coesa em relação à Rússia.
"Só podemos ter êxito se todos na União Europeia, nos Estados Unidos e na Ucrânia permanecermos juntos e unidos", afirmou, enquanto acusou Putin de romper várias vezes os compromissos firmados.
Yatseniuk disse ter discutido com a chanceler as reformas na Ucrânia, "muito difíceis, mas importantes", destinadas a reduzir o déficit, implementar programas sociais, elevar as tarifas a níveis de mercado e combater a corrupção, entre outros objetivos.
Neste sentido, disse que a Ucrânia "precisa de pacotes econômicos adicionais que ajudem a estabilizar" o país, expressou seu agradecimento "aos contribuintes alemães" e prometeu que os ucranianos quitarão os empréstimos.
"Somos responsáveis e transparentes", disse, e aproveitou para convocar os investidores alemães a participarem da modernização da rede de gás de seu país.
Segundo ele, a Ucrânia ganhou importância por ser o país de passagem do gás russo depois que Moscou cancelou o projeto South Stream, um novo gasoduto que teria evitado o território ucraniano para conectar a Rússia diretamente com a União Europeia.
A chanceler declarou que a Alemanha continuará a apoiar a Ucrânia em termos econômicos e políticos e reconheceu que "os cidadãos (ucranianos) estão muito exigentes".
Merkel classificou o programa de reformas ucraniano como "ambicioso" e "decidido" e expressou sua esperança que a Ucrânia continue em busca de se tornar um país transparente.