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Premiê britânico enfrenta rebelião partidária sobre UE

David Cameron teve sua liderança política questionada depois de ceder à pressão de membros de seu partido sobre a permanência da Grã-Bretanha na União Europeia

Premiê britânico, David Cameron, responde a pergunta durante coletiva de imprensa conjunta com presidente dos EUA, Barack Obama, na Casa Branca (Jonathan Ernst/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2013 às 13h48.

Londres/Washington - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, teve sua liderança política questionada nesta terça-feira, depois de ceder à pressão de membros de seu partido, o Conservador, para que apresente proposta de legislação para um referendo sobre a permanência da Grã-Bretanha na União Europeia.

Poucas horas depois de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ter alertado contra a pressa para sair da UE, Cameron foi forçado por uma rebelião em seu partido a prometer um projeto de lei que abriria caminho para uma votação sobre a União Europeia.

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Mas quanto mais Cameron cede aos parlamentares eurocéticos, mais eles exigem, o que aprofunda a batalha de 25 anos no partido sobre a questão da UE e mina suas chances de levar a legenda à vitória nas eleições gerais, previstas para 2015.

Divisões sobre a Europa contribuíram para a derrubada dos dois primeiro-ministros conservadores, Margaret Thatcher e John Major, e muitos políticos comparam a posição de Cameron à de Major, cujo mandato foi marcado por disputas relacionadas à União Europeia.

"Não há como ele (Cameron) ceder algo mais porque ele estaria minando a própria posição", disse Sheila Gunn, que foi porta-voz de Major.

"Toda a vez que ele cede, os chamados rebeldes, que querem que a Grã-Bretanha saia muito rapidamente da UE, vão simplesmente pedir algo mais. É desfazer o tricô. Todas as vezes que eles puxam a linha, eles desfazem um pouco mais, e então pedem um pouco mais. Agora chegou ao ponto em que isso está afetando a própria posição dele." Os conselheiros de Cameron esperam que uma proposta de lei para uma votação sobre a UE encerre as divergências que vêm prejudicando o partido.

No entanto, opositores dizem que, ao ceder numa questão tão grave, Cameron perdeu o controle do partido e aumentou as chances de um desafio à sua liderança.

Um porta-voz do governo britânico insistiu nesta terça-feira que Cameron continua no cargo e negou a ideia de que o governo esteja mergulhado no caos.

"A fraqueza de David Cameron fez com que a questão europeia se tornasse uma questão sobre sua liderança", disse o porta-voz do Partido Trabalhista para relações exteriores, Douglas Alexander.

A proposta de Cameron de um projeto de lei representou um recuo da promessa feita por ele, em janeiro, de renegociar os termos da adesão britânica à UE e, depois, realizar um referendo até o final de 2017.

Mas alguns parlamentares pediram mais concessões e a mídia local informa que ele pode ter sua liderança contestada.

Rivais potenciais incluem o prefeito de Londres, Boris Johnson, e o secretário de Educação, Michael Gove.

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