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Postura de Cameron na Cúpula da UE provoca reações no Reino Unido

Oposição e até aliados do primeiro-ministro temem que país se isole dentro da Europa após não aceitar o acordo

David Cameron não aceitou o acordo europeu para combater a crise (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2011 às 16h45.

Londres - A rejeição do primeiro-ministro conservador do Reino Unido , David Cameron, a participar de um plano para resolver a crise na zona do euro, provocou em diversos setores políticos do país o medo do isolamento.

A oposição trabalhista, liderada por Ed Miliband, assim como alguns liberais-democratas (parceiros do Partido Conservador), criticaram a estratégia de Cameron na cúpula da UE em Bruxelas, na Bélgica, e falaram em perda de influência do Reino Unido.

Em seu esforço por proteger Londres, o líder conservador se negou a apoiar um acordo para aumentar a disciplina fiscal na eurozona, apoiado por quase todos os outros 27 países da União Europeia (UE).

A Suécia, a República Tcheca e a Hungria, que estavam reticentes em aprovar um pacto comunitário, pediram mais tempo para poderem consultar seus respectivos Parlamentos.

'Foi uma decisão dura, mas apropriada', disse o primeiro-ministro no final da reunião. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, culpou 'os colegas britânicos' pela falta de unanimidade entre os membros da UE, o que possibilitaria uma reforma no Tratado de Lisboa.

Cameron afirmou que as condições estipuladas pelos parceiros europeus eram 'inaceitáveis' para a adesão do Reino Unido, pois não incluíam nenhum tipo de proteção ao sistema financeiro do país.

Os trabalhistas argumentaram que o pacto não afetaria o Reino Unido, e que a posição do primeiro-ministro apenas diminui sua influência na UE.

Num gesto de apoio ao líder, o vice-primeiro-ministro, Nick Clegg, do Partido Liberal Democrata, disse que os pedidos de proteção para a economia do Reino Unido eram 'razoáveis' não só para Londres como para todo o mercado comum. No entanto, como a maioria de seus correligionários, também lamentou a falta de um acordo entre os 27 sócios da UE.


Os conservadores, no entanto, defenderam sua decisão. Alguns membros do partido chegaram a apoiar a realização de um plebiscito para definir se o Reino Unido ratificaria ou não um acordo comunitário.

O ministro das Relações Exteriores, William Hague, assegurou que o país não ficará isolado ao se negar a apoiar o plano anticrise, e lembrou que na UE existem inúmeros acordos paralelos que afetam somente alguns países.

Hague disse ainda que embora o país tenha ficado fora desse acordo, continua com sua posição de liderança no Continente em outros setores, como por exemplo nas negociações com o Irã e a Síria.

'O que queríamos era garantir um campo justo nos serviços financeiros e no mercado único em seu conjunto, o permitiria o Reino Unido tomar medidas de regulação de seu sistema bancário mais duras', explicou o vice-primeiro-ministro.

Seus argumentos, no entanto, não convenceram os trabalhistas nem a maioria dos liberais-democratas. Ed Miliband, o líder da oposição, disse que a atuação do primeiro-ministro mostra 'fraqueza' e criticou que o governo não tenha buscado alianças para evitar seu isolamento.

O porta-voz de Relações Exteriores trabalhista, Douglas Alexander, disse que o Reino Unido nunca esteve tão isolado na UE. O liberal-democrata Menzies Campbell afirmou que o resultado da cúpula foi 'inevitável'. Já a eurodeputada Sharon Bowles disse que o Reino Unido será retaliado por sua decisão.

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Londres - A rejeição do primeiro-ministro conservador do Reino Unido , David Cameron, a participar de um plano para resolver a crise na zona do euro, provocou em diversos setores políticos do país o medo do isolamento.

A oposição trabalhista, liderada por Ed Miliband, assim como alguns liberais-democratas (parceiros do Partido Conservador), criticaram a estratégia de Cameron na cúpula da UE em Bruxelas, na Bélgica, e falaram em perda de influência do Reino Unido.

Em seu esforço por proteger Londres, o líder conservador se negou a apoiar um acordo para aumentar a disciplina fiscal na eurozona, apoiado por quase todos os outros 27 países da União Europeia (UE).

A Suécia, a República Tcheca e a Hungria, que estavam reticentes em aprovar um pacto comunitário, pediram mais tempo para poderem consultar seus respectivos Parlamentos.

'Foi uma decisão dura, mas apropriada', disse o primeiro-ministro no final da reunião. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, culpou 'os colegas britânicos' pela falta de unanimidade entre os membros da UE, o que possibilitaria uma reforma no Tratado de Lisboa.

Cameron afirmou que as condições estipuladas pelos parceiros europeus eram 'inaceitáveis' para a adesão do Reino Unido, pois não incluíam nenhum tipo de proteção ao sistema financeiro do país.

Os trabalhistas argumentaram que o pacto não afetaria o Reino Unido, e que a posição do primeiro-ministro apenas diminui sua influência na UE.

Num gesto de apoio ao líder, o vice-primeiro-ministro, Nick Clegg, do Partido Liberal Democrata, disse que os pedidos de proteção para a economia do Reino Unido eram 'razoáveis' não só para Londres como para todo o mercado comum. No entanto, como a maioria de seus correligionários, também lamentou a falta de um acordo entre os 27 sócios da UE.


Os conservadores, no entanto, defenderam sua decisão. Alguns membros do partido chegaram a apoiar a realização de um plebiscito para definir se o Reino Unido ratificaria ou não um acordo comunitário.

O ministro das Relações Exteriores, William Hague, assegurou que o país não ficará isolado ao se negar a apoiar o plano anticrise, e lembrou que na UE existem inúmeros acordos paralelos que afetam somente alguns países.

Hague disse ainda que embora o país tenha ficado fora desse acordo, continua com sua posição de liderança no Continente em outros setores, como por exemplo nas negociações com o Irã e a Síria.

'O que queríamos era garantir um campo justo nos serviços financeiros e no mercado único em seu conjunto, o permitiria o Reino Unido tomar medidas de regulação de seu sistema bancário mais duras', explicou o vice-primeiro-ministro.

Seus argumentos, no entanto, não convenceram os trabalhistas nem a maioria dos liberais-democratas. Ed Miliband, o líder da oposição, disse que a atuação do primeiro-ministro mostra 'fraqueza' e criticou que o governo não tenha buscado alianças para evitar seu isolamento.

O porta-voz de Relações Exteriores trabalhista, Douglas Alexander, disse que o Reino Unido nunca esteve tão isolado na UE. O liberal-democrata Menzies Campbell afirmou que o resultado da cúpula foi 'inevitável'. Já a eurodeputada Sharon Bowles disse que o Reino Unido será retaliado por sua decisão.

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