Populista surge como opção contra corrupção no México
Mexicanos estão tão descontentes com a corrupção que podem sacrificar reformas da educação e economia por chance de derrubar políticos
Da Redação
Publicado em 1 de junho de 2016 às 14h38.
O descontentamento com a corrupção no México é tão avassalador que os eleitores cogitam, na eleição de domingo, sacrificar importantes reformas da educação e da economia por uma chance de derrubar os políticos que consideram culpados por esse sentimento.
Pelas veias das eleições de 5 de junho para governador corre o despertar do populismo, personificado em Andrés Manuel López Obrador, 62, que disputou duas vezes a eleição presidencial e é conhecido como AMLO.
Ele tem protestado contra a corrupção no governo, mas também levantou temores no passado de que colocaria os pobres contra o restante do país e recentemente criticou as avaliações dos professores, cujos protestos aumentaram em alguns estados.
As eleições para governador em 12 estados ajudarão a responder se essa mensagem anticorrupção atrairá os eleitores antes afastados por suas políticas divisórias.
O desempenho dos candidatos de seu novo partido, o Morena, nas eleições de estados devastados pela corrupção, como Veracruz, poderia servir de termômetro para as eleições nacionais de 2018 -- e, mais adiante, para a possível terceira tentativa de López Obrador de chegar à presidência.
“Não tenho dúvidas que López Obrador terminará em primeiro ou segundo lugar” na eleição presidencial, disse José Antonio Crespo, analista político do Centro de Pesquisa e Docência Econômicas na Cidade do México.
“Não acho que seria bom ter López Obrador como presidente, mas muitos pensam que sim, porque todas as outras alternativas foram esgotadas”.
Primeiro virá o teste em Veracruz, estado visto como um microcosmo do descontentamento em relação aos políticos que se espalhou pelo México, a começar pelo presidente Enrique Peña Nieto.
O índice de aprovação do presidente caiu para 30 por cento após a desaparição de 43 estudantes de magistério, presumivelmente com a ajuda da polícia, e em meio a acusações de que empreiteiras do governo construíram casas para ele e sua esposa.
Mais recentemente, ele foi criticado por atrasos na aprovação de leis anticorrupção.
A corrupção e a impunidade não são problemas novos no México, mas estão provocando uma revolta pública maior, em parte devido à insatisfação com os partidos que estão no poder, tendência que na América Latina contribuiu para o afastamento da presidente Dilma Rousseff no Brasil e, nos EUA, para a ascensão de azarões como Donald Trump e Bernie Sanders, diz Andrew Selee, do Centro Internacional para Acadêmicos Woodrow Wilson em Washington.
A corrupção é a maior preocupação dos mexicanos depois da violência, diz um novo estudo de uma agência do governo.
“O descrédito dos três partidos que dominam a política no México realmente abre oportunidades para López Obrador”, disse Selee, vice-presidente-executivo do centro.
“Se ele puder mostrar que o Morena é um partido sério, mesmo nas eleições locais, é muito mais provável que outros setores da esquerda o acompanhem”.
O descontentamento com a corrupção no México é tão avassalador que os eleitores cogitam, na eleição de domingo, sacrificar importantes reformas da educação e da economia por uma chance de derrubar os políticos que consideram culpados por esse sentimento.
Pelas veias das eleições de 5 de junho para governador corre o despertar do populismo, personificado em Andrés Manuel López Obrador, 62, que disputou duas vezes a eleição presidencial e é conhecido como AMLO.
Ele tem protestado contra a corrupção no governo, mas também levantou temores no passado de que colocaria os pobres contra o restante do país e recentemente criticou as avaliações dos professores, cujos protestos aumentaram em alguns estados.
As eleições para governador em 12 estados ajudarão a responder se essa mensagem anticorrupção atrairá os eleitores antes afastados por suas políticas divisórias.
O desempenho dos candidatos de seu novo partido, o Morena, nas eleições de estados devastados pela corrupção, como Veracruz, poderia servir de termômetro para as eleições nacionais de 2018 -- e, mais adiante, para a possível terceira tentativa de López Obrador de chegar à presidência.
“Não tenho dúvidas que López Obrador terminará em primeiro ou segundo lugar” na eleição presidencial, disse José Antonio Crespo, analista político do Centro de Pesquisa e Docência Econômicas na Cidade do México.
“Não acho que seria bom ter López Obrador como presidente, mas muitos pensam que sim, porque todas as outras alternativas foram esgotadas”.
Primeiro virá o teste em Veracruz, estado visto como um microcosmo do descontentamento em relação aos políticos que se espalhou pelo México, a começar pelo presidente Enrique Peña Nieto.
O índice de aprovação do presidente caiu para 30 por cento após a desaparição de 43 estudantes de magistério, presumivelmente com a ajuda da polícia, e em meio a acusações de que empreiteiras do governo construíram casas para ele e sua esposa.
Mais recentemente, ele foi criticado por atrasos na aprovação de leis anticorrupção.
A corrupção e a impunidade não são problemas novos no México, mas estão provocando uma revolta pública maior, em parte devido à insatisfação com os partidos que estão no poder, tendência que na América Latina contribuiu para o afastamento da presidente Dilma Rousseff no Brasil e, nos EUA, para a ascensão de azarões como Donald Trump e Bernie Sanders, diz Andrew Selee, do Centro Internacional para Acadêmicos Woodrow Wilson em Washington.
A corrupção é a maior preocupação dos mexicanos depois da violência, diz um novo estudo de uma agência do governo.
“O descrédito dos três partidos que dominam a política no México realmente abre oportunidades para López Obrador”, disse Selee, vice-presidente-executivo do centro.
“Se ele puder mostrar que o Morena é um partido sério, mesmo nas eleições locais, é muito mais provável que outros setores da esquerda o acompanhem”.