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Pompeo: EUA não irão tolerar interferências da Rússia nas eleições de 2020

Rússia é suspeita de ter influenciado eleições americanas em 2016

MIKE POMPEO: "Se os russos estivessem envolvidos com isso em 2020, isso colocaria nossa relação em um lugar ainda pior do que ela já esteve" (Andrew Caballero-Reynolds/Reuters)
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Reuters

Publicado em 14 de maio de 2019 às 20h35.

Sochi/Moscou — O Secretário de Estado dos Estados Unidos , Mike Pompeo, disse à Rússia nesta terça-feira que Washington não irá tolerar interferências nas eleições presidenciais de 2020 e pediu que Moscou tomasse medidas ainda não especificadas para mostrar que não haverá uma repetição das supostas interferências de 2016.

O presidente russo, Vladimir Putin, que se encontrou com Pompeo no balneário de Sochi rebateu a acusação, dizendo que a Rússia nunca havia interferido nas eleições dos Estados Unidos e que o relatório do procurador especial Robert Mueller, que classificou como "de maneira geral objetivo" não havia encontrado evidências de conspiração.

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Agora que o relatório de Mueller era passado, algo que há muito colocava um manto sobre as relações entre EUA e Rússia, Putin disse que esperava que os laços começassem a melhorar.

"Eu fiquei com a impressão de que o seu presidente quer consertar os laços e contatos entre Estados Unidos e Rússia e quer resolver questões que são de interesse comum para nós", disse Putin a Pompeo.

Em sua primeira visita à Rússia como secretário de Estado, Pompeo primeiramente confrontou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em questões como Ucrânia e Venezuela. Depois de seu encontro, ambos disseram que estavam distantes em muitas questões.

"Eu deixei claro para o ministro das Relações Exteriores Lavrov... que a interferência nas eleições americanas é inaceitável. Se os russos estivessem envolvidos com isso em 2020, isso colocaria nossa relação em um lugar ainda pior do que ela já esteve", disse Pompeo. "Eu pediria a eles que não fizessem isso. Nós não toleraríamos isso".

Filho de Trump irá depor

Donald Trump Jr., filho mais velho do presidente dos Estados Unidos, aceitou prestar depoimento ao Comitê de Inteligência do Senado americano após fechar um acordo com os congressistas para falar sobre seus contatos com cidadãos russos, segundo a imprensa do país.

De acordo com esse pacto, Donald Jr. testemunhará por de duas a quatro horas em meados de junho, e as perguntas serão focadas em cinco ou seis temas relacionados aos contatos.

Após esse depoimento, o filho de Donald Trump não terá que voltar a depor ao Comitê de Inteligência do Senado, segundo os termos do acordo.

No último dia 8, esse comitê emitiu uma citação judicial para forçar Donald Jr. a testemunhar, em meio a suspeitas de que poderia ter mentido aos congressistas sobre o assunto.

A citação judicial é a primeira que o Congresso dos EUA emitiu em relação a um filho do presidente americano, e confirma que o órgão legislativo mantém aberta a investigação sobre a suposta ingerência russa nas eleições presidenciais de 2016, um mês e meio depois que o promotor especial Robert Mueller concluiu sua própria averiguação.

O comitê, de maioria republicana, quer que Donald Jr. volte a testemunhar diante de seus integrantes, a portas fechadas, sobre as circunstâncias do encontro que teve com a advogada russa Natalia Veselnitskaya em 9 de junho de 2016 em Nova York.

A oposição democrata acredita que, nas conversas anteriores com o Congresso, o filho do presidente pode ter mentido sobre se informou ou não a Trump que compareceria a essa reunião, de acordo com o jornal "The Washington Post".

O encontro em questão, ocorrido na Trump Tower e do qual também participaram o genro do agora presidente, Jared Kushner, e o então chefe de campanha de Trump, Paul Manafort, foi o foco de parte da investigação de Mueller, mas o promotor concluiu que não havia provas de que a campanha republicana tivesse colaborado com a Rússia na suposta ingerência eleitoral.

No entanto, o relatório de Mueller indica que Michael Cohen, que durante a campanha de 2016 era o advogado pessoal de Trump, assegura que esteve em uma reunião na qual Donald Jr. disse ao pai que pretendia ir a um encontro "para obter informações desfavoráveis sobre (Hillary) Clinton", a então candidata democrata.

O acordo alcançado nesta terça-feira pode abrir o caminho para esclarecer um assunto que divide os republicanos no Senado.

Alguns senadores conservadores, liderados por Lindsey Graham, criticaram que o filho do presidente tenha sido convocado para depor ao Comitê de Inteligência sobre suas interações com os russos depois que Mueller determinou em seu relatório que não encontrou provas sobre uma coordenação entre a equipe eleitoral do agora presidente e a Rússia na campanha para as eleições de 2016.

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