Político kirchnerista diz que Macri "precisa ser fuzilado" em público
Político argentino Luis D'Elía questionou duramente a política econômica do presidente, marcada pela desvalorização do peso e empréstimo solicitado ao FMI
EFE
Publicado em 26 de julho de 2018 às 16h05.
Buenos Aires - O político argentino Luis D'Elía, apoiador do kirchnerismo, afirmou na noite de quarta-feira que o presidente Mauricio Macri "precisa ser fuzilado diante de todo o povo" na Praça de Maio de Buenos Aires, onde fica a sede do governo.
"Macri precisa ser fuzilado na Praça de Maio diante de todo o povo", declarou D'Elía em entrevista ao Canal 22 da televisão argentina.
Na opinião do político, que foi subsecretário de Terras para a Habitação Social durante o governo de Néstor Kirchner (2003-2007) e é atualmente dirigente do partido Miles, "está comprovado que os mesmos" que governam agora o país "mandaram US$ 50 bilhões ao exterior, para offshores deles".
"São uns ladrões. Macri e todo o gabinete são mafiosos e delinquentes", comentou.
Antes de desejar a morte do presidente, D'Elía insistiu que não se trata de uma "grosseria", ao assumir que alguns dirão que ele "é um destemperado que diz besteiras".
D'Elía questionou duramente a política econômica de Macri, marcada pela forte desvalorização do peso nos últimos meses e o empréstimo de US$ 50 bilhões solicitados ao Fundo Monetário Internacional ( FMI ).
"É uma crise autoinflingida. Gerada com a finalidade de instalar um modelo de saque. Vieram para saquear a Argentina. Para mim, Macri é representante de uma elite mundial que sonha com um planeta governado pelas corporações, onde desapareça não só a democracia, mas os Estados-nação", opinou o político.
D'Elía, de 61 anos e forte defensor da ex-presidente e atual senadora Cristina Kirchner, foi condenado em novembro do ano passado pela invasão de uma delegacia de Buenos Aires em 2004.
Em 24 de março deste ano, foi libertado após ficar três meses em prisão preventiva acusado por encobrir os iranianos assinalados como responsáveis pelo atentado à Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) de Buenos Aires em 1994, que deixou 85 mortos e segue impune.