Polícia reprime protesto contra Erdogan
Manifestantes exigiram nesta sexta-feira a renúncia do primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, por causa de um escândalo de corrupção envolvendo autoridades
Da Redação
Publicado em 27 de dezembro de 2013 às 19h01.
Ancara/Istambul - Manifestantes exigiram nesta sexta-feira a renúncia do primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, por causa de um escândalo de corrupção envolvendo autoridades, e entraram em confronto com a polícia antidistúrbios em Istambul, enquanto do outro lado da cidade milhares de pessoas expressavam apoio ao líder turco .
No entorno da praça Taksim, palco das manifestações antigovernamentais em meados do ano, a polícia usou gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar centenas de manifestantes que gritavam "São Ladrões".
No entanto, Erdogan ainda conta com o apoio de grande parcela dos muçulmanos religiosos e membros da elite afluente da Turquia.
Enquanto a polícia tentava impedir multidões anti-Erdogan de se concentrarem na praça Taksim, entusiasmados seguidores do governista Partido AK recepcionavam Erdogan no aeroporto de Istambul, a cerca de 20 quilômetros dali, com bandeiras nacionais e do partido, no retorno dele de uma viagem a províncias.
A polícia prendeu dezenas de pessoas em 17 de dezembro, entre as quais filhos do ministro do Interior e de dois outros membros do gabinete, depois de uma grande investigação sobre corrupção que não tinha sido comunicada a comandantes da polícia - os quais poderiam ter informado o governo com antecedência.
Na manhã desta sexta-feira Erdogan sofreu um revés em seus esforços para minimizar as consequências do escândalo, pois um tribunal bloqueou a tentativa do governo de forçar agentes da polícia a revelar investigações a seus superiores.
A regulamentação que iria obrigar os policiais a deixar seus superiores a par das investigações foi anunciada pelo governo, irritado por ter sido mantido às escuras durante o período de um ano de averiguações sobre a corrupção.
Os mercados financeiros reagiram ao escândalo com nervosismo nesta sexta-feira. A moeda turca, a lira, atingiu uma baixa recorde, as ações chegaram a seu valor mais baixo em 17 meses e o custo do seguro da dívida do país contra um default alcançou o valor mais alto em 18 meses.
Esta semana o caso se tornou mais pessoal, já que a mídia turca publicou o que parecia ser uma convocação preliminar de Bilal Erdogan, um dos filhos do primeiro-ministro, para testemunhar, embora sua autenticidade não tenha sido confirmada de imediato.
O governo de Erdogan negou qualquer irregularidade, removeu 70 dos policiais envolvidos na investigação, incluindo o chefe da corporação em Istambul, e baixou uma nova norma em 21 de dezembro determinando que os agentes têm de compartilhas as suas descobertas em investigações com os seus superiores.
O Conselho de Estado, em Ancara, que trata de questões administrativas, bloqueou a implementação dessa norma, por considerar que "contradiz o princípio da separação de poderes".
Em meio a especulações de que poderá antecipar as eleições no ano que vem, Erdogan pediu a seus seguidores que votem em eleições locais em março, como parte de uma "guerra" contra o que ele considera ser um complô orquestrado do estrangeiro, camuflado como processo judicial.
Ancara/Istambul - Manifestantes exigiram nesta sexta-feira a renúncia do primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, por causa de um escândalo de corrupção envolvendo autoridades, e entraram em confronto com a polícia antidistúrbios em Istambul, enquanto do outro lado da cidade milhares de pessoas expressavam apoio ao líder turco .
No entorno da praça Taksim, palco das manifestações antigovernamentais em meados do ano, a polícia usou gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar centenas de manifestantes que gritavam "São Ladrões".
No entanto, Erdogan ainda conta com o apoio de grande parcela dos muçulmanos religiosos e membros da elite afluente da Turquia.
Enquanto a polícia tentava impedir multidões anti-Erdogan de se concentrarem na praça Taksim, entusiasmados seguidores do governista Partido AK recepcionavam Erdogan no aeroporto de Istambul, a cerca de 20 quilômetros dali, com bandeiras nacionais e do partido, no retorno dele de uma viagem a províncias.
A polícia prendeu dezenas de pessoas em 17 de dezembro, entre as quais filhos do ministro do Interior e de dois outros membros do gabinete, depois de uma grande investigação sobre corrupção que não tinha sido comunicada a comandantes da polícia - os quais poderiam ter informado o governo com antecedência.
Na manhã desta sexta-feira Erdogan sofreu um revés em seus esforços para minimizar as consequências do escândalo, pois um tribunal bloqueou a tentativa do governo de forçar agentes da polícia a revelar investigações a seus superiores.
A regulamentação que iria obrigar os policiais a deixar seus superiores a par das investigações foi anunciada pelo governo, irritado por ter sido mantido às escuras durante o período de um ano de averiguações sobre a corrupção.
Os mercados financeiros reagiram ao escândalo com nervosismo nesta sexta-feira. A moeda turca, a lira, atingiu uma baixa recorde, as ações chegaram a seu valor mais baixo em 17 meses e o custo do seguro da dívida do país contra um default alcançou o valor mais alto em 18 meses.
Esta semana o caso se tornou mais pessoal, já que a mídia turca publicou o que parecia ser uma convocação preliminar de Bilal Erdogan, um dos filhos do primeiro-ministro, para testemunhar, embora sua autenticidade não tenha sido confirmada de imediato.
O governo de Erdogan negou qualquer irregularidade, removeu 70 dos policiais envolvidos na investigação, incluindo o chefe da corporação em Istambul, e baixou uma nova norma em 21 de dezembro determinando que os agentes têm de compartilhas as suas descobertas em investigações com os seus superiores.
O Conselho de Estado, em Ancara, que trata de questões administrativas, bloqueou a implementação dessa norma, por considerar que "contradiz o princípio da separação de poderes".
Em meio a especulações de que poderá antecipar as eleições no ano que vem, Erdogan pediu a seus seguidores que votem em eleições locais em março, como parte de uma "guerra" contra o que ele considera ser um complô orquestrado do estrangeiro, camuflado como processo judicial.