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Polícia adota rigoroso cordão de segurança para convenção democrata em Chicago

Espera-se que mais de 50.000 ativistas se dirijam ao centro de Chicago a partir de segunda-feira (19) para este evento de quatro dia

Palco da Convenção Democrata, em Chicago (Brandon Bell/AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 18 de agosto de 2024 às 13h23.

Enquanto Chicago dá as boas-vindas aos democratas americanos para a convenção nacional de seu partido, os serviços de segurança se preparam para uma série de possíveis ameaças, desde protestos potencialmente violentos até "agentes isolados" que possam tentar vingar o atentado contra Donald Trump.

A terceira maior cidade dos Estados Unidos tem recebido encontros de partidos políticos desde a nomeação de Abraham Lincoln em 1860, e as forças de segurança determinaram que sua 26ª convenção nacional da próxima semana será uma das mais seguras.

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Espera-se que mais de 50.000 ativistas se dirijam ao centro de Chicago a partir de segunda-feira (19) para este evento de quatro dias, uma celebração da nova candidata do Partido Democrata para concorrer à Casa Branca em novembro, a vice-presidente Kamala Harris.

São esperados convidados de alto nível, desde músicos e estrelas de Hollywood até o presidente Joe Biden, que renunciou à disputa pela reeleição no final de julho e deu lugar a Harris. Por isso, o Serviço Secreto, o FBI e a polícia estão planejando um rígido cordão de segurança ao redor do estádio United Center, onde o evento acontecerá.

Lucas Rothaar, o principal agente especial do FBI em Chicago, disse aos jornalistas em uma coletiva que não há preocupações específicas, mas alertou para um "ambiente de ameaça elevada".

"Reconhecemos as enormes ameaças que enfrentamos como nação, que vão desde crimes violentos até terrorismo internacional, terrorismo doméstico e crimes de ódio, além de uma grande quantidade de outros riscos", disse ele.

O atentado de 13 de julho contra Trump, no qual ele foi ferido na orelha, provocou duras críticas ao Serviço Secreto pela frágil segurança no local do comício do candidato presidencial republicano em Butler (Pensilvânia), onde o atirador atacou.

"Atos de violência como represália"

Embora não haja provas de que o tiroteio contra Trump tenha tido motivação política, uma avaliação dos serviços de inteligência destaca a possibilidade de "atos violentos de retaliação" na convenção democrata.

O relatório — obtido por vários veículos de comunicação americanos, incluindo ABC7 Chicago e CNN — identifica como uma das maiores ameaças a de "agentes isolados".

No entanto, o plano de segurança da convenção também considera o risco de uma violência mais generalizada e inclui procedimentos detalhados para várias manifestações já programadas ou que possam ocorrer posteriormente.

Os protestos em todo o país contra o papel da administração Biden no conflito entre Israel e Gaza geraram preocupações sobre a possibilidade de uma repetição dos eventos da convenção democrata de 1968, na qual houve confrontos entre a polícia de Chicago e manifestantes contrários à guerra do Vietnã.

Harris e seu companheiro de chapa, Tim Walz, já foram alvo de protestos de ativistas pró-palestinos que interromperam eventos de campanha em Michigan e San Francisco.

Direitos dos manifestantes

As autoridades também liberaram as agendas de dezenas de juízes e abriram um tribunal temporário para se preparar para possíveis prisões em massa, enquanto os líderes democratas trabalham com grupos pró-palestinos para evitar confrontos.

Harris adotou um tom mais firme com Israel do que Biden, pedindo um cessar-fogo imediato e comprometendo-se a "não ficar em silêncio" diante do sofrimento palestino.

No entanto, grupos dessa comunidade em Chicago acreditam que algumas manifestações podem contar com até 25.000 participantes, de acordo com meios locais.

Cerca de 2.500 agentes locais — apoiados por centenas de policiais de fora — estarão alocados para as tarefas da convenção.

O superintendente da Polícia de Chicago, Larry Snelling, garantiu que a corporação recebeu treinamento sobre os direitos de liberdade de expressão dos manifestantes, mas que não tolerará "vandalismo".

"O que não toleraremos é a violência. Se a vermos, a interromperemos rapidamente", reforçou.

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