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Pobreza e falta de segurança ameaçam educação das afegãs

Apesar das más condições denunciadas por ONGs, índice de escolarização saltou de 5 mil, em 2001, para 2,4 milhões

Mulher no Afeganistão: apenas 12% das meninas com menos de 15 anos são alfabetizadas (Majid Saeedi/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2011 às 12h52.

Cabul - Com 2,4 milhões de afegãs escolarizadas frente às 5 mil de 2001, quando caiu o regime talibã, os esforços de quase uma década para educar as mulheres do Afeganistão se veem ameaçados pela pobreza e pela falta de segurança, alertaram nesta quinta-feira 16 agências humanitárias.

Em um relatório divulgado pela Oxfam, Care e uma série de ONGs afegãs, as organizações reivindicaram um "novo enfoque" tanto do Governo do Afeganistão como de seus aliados internacionais para salvar as conquistas obtidas, agora que as meninas que completam sua educação primária estão a ponto de ser maioria.

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São 1,9 milhão de meninas que enfrentam obstáculos como a pobreza, o casamento prematuro e forçado e a falta de segurança para frequentar a escola e prosseguir os estudos em níveis superiores: no ensino médio são apenas 416.854 e em bacharelado, só 122.480.

"As jovens afegãs estão sedentas por educação: quase dois terços das meninas com as quais falamos nos disseram que querem completar a universidade", destacou a chefe do programa da Oxfam no Afeganistão, Niti Bhargava, em comunicado.

O relatório foi elaborado a partir de entrevistas realizadas em 2010 com estudantes, professores e pais em metade das províncias afegãs, de Cabul e Herat às mais inseguras como Kandahar e Khost.

Os dados refletem um avanço espetacular desde que em 2002 foi lançada a campanha "Retorno à Escola", que elevou de 900 mil para 6,7 milhões o número total de estudantes, embora ainda seja maior o número de meninos que frequentam o ensino básico (60%) do que o de meninas (42%).

O desafio é enorme, em particular para a população feminina: apenas 12% das meninas com menos de 15 anos são alfabetizadas e só 6% das afegãs com mais de 24 anos receberam algum tipo de educação formal.

Segundo as ONGs, caso não se aumente de forma "significativa" e imediata o investimento no ensino médio e superior, as afegãs acabarão "abandonadas" e privadas de desenvolvimento pessoal, social e profissional e recomendaram um renovado esforço por dotar o ensino de infraestrutura e segurança.

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