Piloto de avião derrubado em 1987 no Afeganistão é encontrado vivo
O piloto soviético, cujo avião foi derrubado durante a intervenção das tropas da ex-URSS no Afeganistão, quer voltar ao seu país natal
AFP
Publicado em 1 de junho de 2018 às 20h42.
Última atualização em 2 de julho de 2018 às 11h56.
Um piloto soviético cujo avião foi derrubado durante a intervenção das tropas da ex-URSS no Afeganistão (1979-989) foi encontrado vivo e quer voltar a seu país natal, informou um general russo nesta sexta-feira.
"Um piloto russo, cuja aeronave foi derrubada na década de 1980 sobre o Afeganistão, acaba de ser encontrado. Ele está vivo. É incrível", afirmou o chefe da União de Paraquedistas russos, o general Valeri Vostrotin, citado pela agência de notícias Ria Novosti.
O avião foi abatido em 1987. Ele deve ter provavelmente pelo menos 60 anos. Talvez esteja no Paquistão, já que todos os campos de prisioneiros soviéticos estavam lá", disse outra fonte à agência, pedindo anonimato.
Quando as tropas soviéticas deixaram o Afeganistão em 1989, cerca de 300 soldados do Exército Vermelho foram considerados desaparecidos.
Desde então, cerca de 30 reapareceram, graças aos esforços de suas famílias e do comitê de ex-combatentes soviéticos para encontrá-los. A maioria retornou a seus países de origem.
O piloto, cujo nome não foi revelado, "quer voltar ao seu país natal", destacou o vice-diretor de uma organização de ex-combatentes, Viatsheslav Kalinin, citado por Ria Novosti.
Segundo ele, estão ocorrendo negociações com diplomatas afegãos para confirmar sua identidade e organizar seu retorno.
"É surpreendente que ele ainda esteja vivo depois que seu avião foi abatido por mujahedeens", disse Kalinin.
Em março, segundo o jornal on-line russo Golbis, um soldado soviético ucraniano, Igor Bilokurov, aprisionado por afegãos em 1988, foi encontrado por acaso no norte do Afeganistão por uma expedição científica ucraniana.
Alguns anos antes, em 2013, o soldado Bakhretdin Kakimov, natural do Uzbequistão, foi encontrado vivo no Afeganistão.
Kakimov, gravemente ferido em 1980, foi salvo por civis afegãos e permaneceu no país onde mudou seu nome, segundo o jornal russo Argumenty i Fakty.