PIB da Argentina cai 1,7% no 2º trimestre e país se mantém em recessão
Governo de Javier Milei tomou medidas duras para conter a inflação no país após tomar posse, em dezembro
Repórter de macroeconomia
Publicado em 18 de setembro de 2024 às 16h07.
Última atualização em 18 de setembro de 2024 às 17h31.
O PIB da Argentina encolheu 1,7% no segundo trimestre de 2024, o que mantém o país em recessão. Os dados foram divulgados pelo Indec, órgão do governo argentino, nesta quarta-feira, 18.
No primeiro trimestre, o PIB da Argentina havia registrado uma queda de 2,2%, em comparação com o mesmo período de 2023. Com isso, o país entrou em recessão técnica, caracterizada por dois trimestres consecutivos de retração econômica. No último trimestre do ano passado, o PIB argentino havia registrado uma queda de 2,3%, segundo dados do Indec, nas comparações com os trimestres imediatamente anteriores.
A queda ficou dentro do esperado por analistas, segundo uma média das expectativas, coletadas pela agência Bloomberg nos últimos dias.
No 2º trimestre, o consumo privado teve queda de 9,8% em relação ao mesmo período de 2023. O investimento caiu 29,4%, e as importações diminuíram 22,5%. Já as exportações avançaram 31,4%.
O presidente argentino Javier Milei, assumiu o cargo em dezembro de 2023 e tomou medidas duras para conter a inflação, como reduzir o valor de aposentadorias e cortar gastos públicos. Essas medidas ajudaram a esfriar a economia do país.
A inflação mensal na Argentina em agosto foi de 4,2%, segundo dados do Indec. A taxa vem se mantendo ao redor de 4% ao mês desde maio.Nos primeiros meses de gestão, o presidente Javier Milei conseguiu conter uma escalada que, segundo economistas, poderia ter arrastado o país para uma hiperinflação. Mesmo assim, a Argentina continua com uma inflação que superou 230% nos últimos 12 meses.
No domingo, 15, Milei apresentou uma proposta de Orçamento para 2025, no qual prevê que a inflação atingirá 104,4% ao ano ao final de 2024 e 18,3% em 2025. O documento estima que o PIB terminará 2024 com queda de 3,8% neste ano, mas alta de 5% no ano que vem.