Embrapa vai produzir biodiesel ao vivo em exposição
Pesquisadores vão mostrar também a produção de briquetes de lenha ecológica
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - Um dos pontos fortes da 7ª Exposição Ciência para a Vida, promovida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que começou ontem e vai até o dia 2 de maio, é a fabricação de produtos agropecuários ao vivo. Neste ano, os visitantes poderão assistir os pesquisadores produzindo biodiesel feito com pinhão-manso - uma matéria-prima nova na produção de biocombustível - e também fazendo briquetes - lenha ecológica feita de resíduos agrícolas.
A cultura do pinhão-manso, originária da América Central e do Norte, está em fase de pesquisa pela Embrapa para ser utilizada como alternativa à utilização da soja com a qual, hoje, é feita a maior parte do biodiesel. "Um dos grandes benefícios desta matéria-prima é sua produtividade, enquanto a soja produz 800 mil litros de óleo por hectare, o pinhão-manso, produzirá, no mínimo, 1,5 mil litros", disse o chefe de Comunicação e Negócios da Embrapa Agroenergia, José Cabral.
Segundo Cabral, deve demorar de três a cinco anos para que a cultura seja produzida no Brasil. O processo industrial será mais rápido e a tecnologia será desenvolvida em, no máximo, dois anos. Na exposição, será utilizado um reator de vidro para que o público possa ver a transformação do óleo em biodiesel. Será usado o etanol, que é renovável e tem vantagens tanto para o ambiente como para os trabalhadores, ao invés do metanol que é, normalmente, utilizado em 98% das usinas.
A lenha ecológica também será produzido ao vivo na feira. Segundo, Cabral os briquetes são uma alternativa sustentável ao carvão vegetal. "Ao invés de degradar, estaremos contribuindo com a redução do desmatamento de nossas florestas. Além disso, é compactada e, por isso, mais fácil de ser manuseada e transportada", afirmou.
A lenha é produzida com matérias agrícolas vegetais oriundas de diversos tipos de resíduos como bagaço de cana-de açúcar, florestas, extração de algodão, cascas de arroz, entre outros. O material substitui o uso de carvão vegetal em indústrias, caldeiras, fornalhas, pizzarias, padarias e até mesmo nas residências.
Cabral cita como exemplo de resíduo que pode ser utilizado o da casca de arroz que, normalmente, as empresas não aproveitam. "Estamos pesquisando a viabilidade de se utilizar os restos de algodão, mas resíduos como o da casca de arroz já podem ser reutilizados na produção dos briquetes. Muitas vezes, as pilhas imensas [ desses rejeitos ] acabam pegando fogo e apenas gerando gás carbônico", explicou.