Socialistas vencem em Portugal, mas não conseguem maioria
Boca de urna sinalizou que apesar da vitória a sigla não deve atingir maioria na Assembleia da República, o Parlamento do país
AFP
Publicado em 6 de outubro de 2019 às 17h08.
Última atualização em 6 de outubro de 2019 às 17h24.
O Partido Socialista de Portugal , do atual primeiro-ministro, António Costa, venceu as eleições realizadas neste domingo no país com uma ampla vantagem sobre os adversários, mas insuficiente para conquistar a maioria no parlamento.
Com 73,94% das urnas apuradas, segundo a Secretária de Administração Interna de Portugal, o Partido Socialista obteve até o momento 38% da preferência do eleitorado, seguido do Partido Social-Democrata (PSD), o principal de oposição, que vem com 30,85%.
Caso a tendência se mantenha até o fim da apuração, Costa será obrigado a buscar apoios para voltar a governar, como já fez a quatro anos, quando recorreu aos demais partidos de esquerda do parlamento para assumir o cargo de primeiro-ministro em um pleito vencido pelo PSD.
Os atuais aliados de Costa, o Bloco de Esquerda e a coalizão entre o Partido Comunista de Portugal e Os Verdes (CDU), têm, segundo os resultados parciais, 8,13% e 5,22% dos votos, respectivamente.
Atrás dos dois estão os democratas-cristãos do Partido Popular (CDS-PP), com 4,58%. Outro possível parceiro em uma nova coalizão de governo, o Partido Pessoas, Animais e Natureza (PAN) vem na sexta posição, com 2,24%.
As pesquisas de boca de urna já apontavam uma vitória dos socialistas, com uma margem entre 34% e 40%. Confirmada a tendência, os resultados de hoje representarão um grande avanço para Costa e seus correligionários, que obtiveram 32,3% dos votos em 2015. EFE
O líder socialista e primeiro-ministro em exercício Antonio Costa assumiu o poder quatro anos atrás, com a promessa de desfazer as medidas de austeridade introduzidas durante a crise financeira, quando Portugal precisou de um resgate internacional. Agora, seu governo estaria pronto para colher os frutos de uma recuperação econômica nos últimos anos. O crescimento passou de 0,2% em 2014 para 2,1% em 2018 e o desemprego caiu cerca de metade, para 6%, durante esse período.
A pesquisa também apontou um índice de abstenção entre 47,5% e 51,5%, o que seria um recorde no país. Nas eleições de 2015, o porcentual chegou a 44,1%. Outros veículos de imprensa portugueses também destacavam a alta abstenção. A rede RTP citou projeções feitas pela Universidade Católica que indicaram taxa entre 44% e 49%. A estimativa da TVI/Pitagórica sugeria abstenção entre 35,4% e 39,4% e a Aximage estimou para o Correio da Manhã abstenção entre 44% e 48%.