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Perícias confirmam que Salvador Allende cometeu suicídio

Isabel, filha do ex-presidente, divulgou a informação

Salvador Allende, ex-presidente chileno: família sempre acreditou na teoria de suicídio (Luigi Mamprin/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2011 às 15h06.

Santiago - Os exames de perícia feitos nos restos mortais do ex-presidente chileno Salvador Allende confirmam que ele cometeu suicídio em 11 de setembro de 1973, durante o golpe militar liderado por Augusto Pinochet para derrubar seu governo.

A informação foi dada à imprensa pela senadora socialista Isabel Allende, filha do ex-governante chileno, pouco após ela tomar conhecimento do resultado das perícias realizadas pelo Serviço Médico Legal (SML) de Santiago.

"A conclusão é a mesma que defendia a família de Allende. Ou seja, o presidente Allende, no dia 11 de setembro de 1973, diante das circunstâncias extremas em que viveu, tomou a decisão de suicidar-se antes de ser humilhado ou viver qualquer outra situação", declarou a senadora aos jornalistas.

Os exames confirmam "um só ferimento" que causou a morte de Salvador Allende, disse o diretor do SML, Patrício Bustos.

Isabel Allende agradeceu o trabalho dos especialistas e declarou que a conclusão dará tranquilidade à família, que sempre acreditou na versão dos médicos de que o Allende estava sozinho em seu escritório de sua morte e que não houve intervenção de terceiros.

A investigação da morte de Allende, conduzida pelo juiz Mario Carroza, da Corte de Apelações de Santiago, está baseada na apresentação de 726 queixas por casos de violações aos direitos humanos que nunca antes tinham sido investigadas pela Justiça.


Frente à versão do suicídio surgiu a hipótese de que Allende poderia ter sido assassinado pelos militares golpistas que atacaram La Moneda (sede de Governo) após bombardeá-lo e incendiá-lo, ou que falhou ao tentar suicídio e acabou sendo morto por um de seus colaboradores próximos.

Após sua morte, o corpo de Allende foi submetido a uma autópsia antes do sepultamento na cidade litorânea de Viña del Mar. Em 1990, no entanto, com a volta da democracia, o corpo foi exumado e levado à capital, ocasião em que foi submetido a um segundo exame legista.

Após a nova exumação do corpo, em 23 de maio, uma equipe internacional de analistas, segundo Bustos, chegou à conclusão unânime sobre o suicídio.

A equipe foi formada pelo tanatólogo espanhol Francisco Etcheverria, a médica colombiana Mary Luz Morales, o americano Douglas Ubelaker, o perito balístico britânico David Pryor e o antropólogo legista argentino Luis Fondebrider.

Bustos explicou que o trabalho pericial teve quatro fases: a comprovação da identidade do corpo exumado, a causa de morte (ferimento de projétil), a forma (suicídio) e a circunstância (golpe militar).

Segundo foi entendido, Allende sentou-se em uma poltrona de seu escritório, firmou o fuzil AK-47 entre os joelhos e apertou o gatilho, acionando dois projéteis: um entrou pelo queixo e saiu pela parte posterior do crânio, causando a morte e o outro foi achado depois na parede da casa.

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Santiago - Os exames de perícia feitos nos restos mortais do ex-presidente chileno Salvador Allende confirmam que ele cometeu suicídio em 11 de setembro de 1973, durante o golpe militar liderado por Augusto Pinochet para derrubar seu governo.

A informação foi dada à imprensa pela senadora socialista Isabel Allende, filha do ex-governante chileno, pouco após ela tomar conhecimento do resultado das perícias realizadas pelo Serviço Médico Legal (SML) de Santiago.

"A conclusão é a mesma que defendia a família de Allende. Ou seja, o presidente Allende, no dia 11 de setembro de 1973, diante das circunstâncias extremas em que viveu, tomou a decisão de suicidar-se antes de ser humilhado ou viver qualquer outra situação", declarou a senadora aos jornalistas.

Os exames confirmam "um só ferimento" que causou a morte de Salvador Allende, disse o diretor do SML, Patrício Bustos.

Isabel Allende agradeceu o trabalho dos especialistas e declarou que a conclusão dará tranquilidade à família, que sempre acreditou na versão dos médicos de que o Allende estava sozinho em seu escritório de sua morte e que não houve intervenção de terceiros.

A investigação da morte de Allende, conduzida pelo juiz Mario Carroza, da Corte de Apelações de Santiago, está baseada na apresentação de 726 queixas por casos de violações aos direitos humanos que nunca antes tinham sido investigadas pela Justiça.


Frente à versão do suicídio surgiu a hipótese de que Allende poderia ter sido assassinado pelos militares golpistas que atacaram La Moneda (sede de Governo) após bombardeá-lo e incendiá-lo, ou que falhou ao tentar suicídio e acabou sendo morto por um de seus colaboradores próximos.

Após sua morte, o corpo de Allende foi submetido a uma autópsia antes do sepultamento na cidade litorânea de Viña del Mar. Em 1990, no entanto, com a volta da democracia, o corpo foi exumado e levado à capital, ocasião em que foi submetido a um segundo exame legista.

Após a nova exumação do corpo, em 23 de maio, uma equipe internacional de analistas, segundo Bustos, chegou à conclusão unânime sobre o suicídio.

A equipe foi formada pelo tanatólogo espanhol Francisco Etcheverria, a médica colombiana Mary Luz Morales, o americano Douglas Ubelaker, o perito balístico britânico David Pryor e o antropólogo legista argentino Luis Fondebrider.

Bustos explicou que o trabalho pericial teve quatro fases: a comprovação da identidade do corpo exumado, a causa de morte (ferimento de projétil), a forma (suicídio) e a circunstância (golpe militar).

Segundo foi entendido, Allende sentou-se em uma poltrona de seu escritório, firmou o fuzil AK-47 entre os joelhos e apertou o gatilho, acionando dois projéteis: um entrou pelo queixo e saiu pela parte posterior do crânio, causando a morte e o outro foi achado depois na parede da casa.

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