Pentágono revela que 80 milicianos do EI morreram na Líbia
O ataque contra dois acampamentos a cerca de 45 km ao sul da cidade líbia de Sirte foi realizado com dois bombardeiros B-2 invisíveis a radares
EFE
Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 16h09.
Washington - O secretário de Defesa dos Estados Unidos , Ashton Carter, afirmou nesta quinta-feira, em seu último discurso para a imprensa nesse cargo, que no ataque contra dois acampamentos de jihadistas na Líbia morreram cerca de 80 milicianos, o que mostra que os dias do Estado Islâmico (EI) "estão contados".
Carter revelou que nos ataques, realizados na noite de ontem, acredita-se que 80 milicianos morreram, alguns deles provenientes dos combates em Sirte, onde os Estados Unidos lançaram bombardeios para ajudar o governo de acordo nacional líbio a libertar a cidade do controle do EI.
Em um movimento pouco habitual, o ataque contra dois acampamentos a cerca de 45 quilômetros ao sul da cidade líbia de Sirte foi realizado com dois bombardeiros B-2 invisíveis a radares, algo que Carter atribuiu à "decisão tomada pelos comandantes", que determinaram que esta era a plataforma mais adequada.
O porta-voz do Pentágono, Peter Cook, afirmou que as "capacidades e a munição" escolhidas levou à determinação de utilizar bombardeiros que decolaram da base de Whiteman, no estado do Missouri, em uma missão que durou mais de 30 horas e na qual foram lançados mais de 100 projéteis.
Cook mostrou dois vídeos. Um anterior ao ataque, no qual se vê os combatentes transportando lança-granadas e morteiros; e outro no qual as bombas destroem dois edifícios, no que o porta-voz garantiu ter sido uma "operação muito bem-sucedida".
O porta-voz do Pentágono indicou que o uso dos B-2 a partir dos Estados Unidos, frente a outros meios como contratorpedeiros e aviões posicionados em bases próximas como Rota (Espanha) e Aviano (Itália), tem como único objetivo a "luta contra o terrorismo", e não enviar mensagens a adversários como China e Rússia.
Carter, por sua vez, assegurou que esses acampamentos estavam sendo utilizados para planejar ataques e para que o grupo terrorista se reagrupasse após os revezes na cidade de Sirte.
O secretário de Defesa, que dará lugar - se for confirmado pelo Senado - ao general reformado James Mattis, o indicado do presidente eleito Donald Trump, elogiou a estratégia do governo de Barack Obama contra o EI.
Para Carter, com as missões no Iraque, na Síria e na Líbia, os EUA impediram que os jihadistas sunitas estabelecessem seu "califado" e os bombardeios os colocaram em uma posição defensiva e com movimentos reduzidos.
No entanto, Carter reconheceu que o EI ainda tem influência em lugares como a Líbia, onde os jihadistas se aproveitaram da guerra civil para se consolidar.
"Os esforços realizados atacando postos do EI e apoiando tropas locais no terreno deu resultados positivos e isso ficará de legado para a próxima administração, para que tomem suas próprias decisões", disse Cook.