Pelo menos 16 morrem no dia da posse presidencial na RCA
Catherine Samba-Panza assumiu o poder com um apelo para as milícias deporem as armas e acabar com a escalada da violência
Da Redação
Publicado em 23 de janeiro de 2014 às 20h12.
Bangui - Pelo menos 16 pessoas morreram em confrontos na República Centro-Africana nesta quinta-feira, enquanto uma nova presidente interina, Catherine Samba-Panza, assumia o poder com um apelo para as milícias deporem as armas e, assim, acabar com a escalada da violência inter-religiosa.
Quase 1 milhão de pessoas, ou um quarto da população da ex-colônia francesa, deixaram suas casas por causa dos conflitos que começaram quando rebeldes armados do grupo Seleka, na maioria muçulmanos, tomaram o poder em um golpe de Estado em março.
Grupos cristãos de autodefesa, conhecidos como "antibalaka" (antimachete), passaram a pegar em armas contra o Seleka. A Organização das Nações Unidas estima que a violência na base da retaliação de uns contra os outros tenha causado a morte de mais de 2.000 pessoas desde março.
Uma força de intervenção francesa e milhares de soldados de uma força de paz africana não conseguiram deter as matanças, e nos últimos dias a situação ficou pior na capital, Bangui, e no noroeste do país. Pelo menos 16 morreram na capital nesta quinta-feira, segundo a Cruz Vermelha.
Catherine, prefeita de Bangui escolhida na segunda-feira como presidente interina por uma Assembleia de transição como parte de um plano para restaurar a ordem, disse que está assumindo o leme de um país em caos.
"É urgente que a autoridade e a segurança do Estado sejam restabelecidas no país inteiro", afirmou ela no discurso inaugural, na presença do ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, e líderes regionais.
"Peço aos antibalaka que mostrem patriotismo e deponham suas armas. Esta permanente desordem não será tolerada", afirmou. Ela assumiu o poder depois que Michel Djotodia, ex-líder do Seleka, renunciou em 10 de janeiro, após intensa pressão internacional.
Centenas de saqueadores invadiram áreas muçulmanas de Bangui nesta quinta-feira, queimando casas e carregando móveis e telhados de metal. O presidente da Cruz Vermelha no país, Antoine Mbao Bogo, disse que o bairro de PK12, no norte, era o epicentro do caos.
"Há cenas de xenofobia, em que as pessoas esfaqueiam umas às outras porque são de grupos étnicos diferentes. Houve 16 mortes de maneira atroz", disse ele à Reuters.
O ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, declarou nesta quinta-feira que forças internacionais enfrentam uma tarefa difícil para encerrar o profundo ciclo de violência.
"Há um nível de ódio inacreditável. Não há dúvida de que nós subestimamos o grau de ódio, o desejo de vingança entre o Seleka e as milícias antibalaka", disse ele ao canal de TV francês iTele.
Bangui - Pelo menos 16 pessoas morreram em confrontos na República Centro-Africana nesta quinta-feira, enquanto uma nova presidente interina, Catherine Samba-Panza, assumia o poder com um apelo para as milícias deporem as armas e, assim, acabar com a escalada da violência inter-religiosa.
Quase 1 milhão de pessoas, ou um quarto da população da ex-colônia francesa, deixaram suas casas por causa dos conflitos que começaram quando rebeldes armados do grupo Seleka, na maioria muçulmanos, tomaram o poder em um golpe de Estado em março.
Grupos cristãos de autodefesa, conhecidos como "antibalaka" (antimachete), passaram a pegar em armas contra o Seleka. A Organização das Nações Unidas estima que a violência na base da retaliação de uns contra os outros tenha causado a morte de mais de 2.000 pessoas desde março.
Uma força de intervenção francesa e milhares de soldados de uma força de paz africana não conseguiram deter as matanças, e nos últimos dias a situação ficou pior na capital, Bangui, e no noroeste do país. Pelo menos 16 morreram na capital nesta quinta-feira, segundo a Cruz Vermelha.
Catherine, prefeita de Bangui escolhida na segunda-feira como presidente interina por uma Assembleia de transição como parte de um plano para restaurar a ordem, disse que está assumindo o leme de um país em caos.
"É urgente que a autoridade e a segurança do Estado sejam restabelecidas no país inteiro", afirmou ela no discurso inaugural, na presença do ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, e líderes regionais.
"Peço aos antibalaka que mostrem patriotismo e deponham suas armas. Esta permanente desordem não será tolerada", afirmou. Ela assumiu o poder depois que Michel Djotodia, ex-líder do Seleka, renunciou em 10 de janeiro, após intensa pressão internacional.
Centenas de saqueadores invadiram áreas muçulmanas de Bangui nesta quinta-feira, queimando casas e carregando móveis e telhados de metal. O presidente da Cruz Vermelha no país, Antoine Mbao Bogo, disse que o bairro de PK12, no norte, era o epicentro do caos.
"Há cenas de xenofobia, em que as pessoas esfaqueiam umas às outras porque são de grupos étnicos diferentes. Houve 16 mortes de maneira atroz", disse ele à Reuters.
O ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, declarou nesta quinta-feira que forças internacionais enfrentam uma tarefa difícil para encerrar o profundo ciclo de violência.
"Há um nível de ódio inacreditável. Não há dúvida de que nós subestimamos o grau de ódio, o desejo de vingança entre o Seleka e as milícias antibalaka", disse ele ao canal de TV francês iTele.