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Paul Biya é reeleito presidente de Camarões com quase 80% dos votos

No poder desde 1982, ele garante novo mandato por mais sete anos

Biya é acusado de fraudes eleitorais nos pleitos de 1992 e 2004 (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2011 às 18h04.

Yaoundé, Camarões - O presidente de Camarões, Paul Biya, venceu as eleições presidenciais realizadas no último dia 9 com 77,9% dos votos, e garantiu um novo mandato de sete anos, informou nesta sexta-feira a Corte Suprema do país africano .

Com este resultado, que já era esperado por vários analistas políticos, o chefe de Estado, no poder desde 1982, derrotou seu principal concorrente, John Fru Ndi, da Frente Democrática Social (SDF), que obteve apenas 10,7% dos votos.

O pleito, que contou pela primeira vez com duas mulheres como candidatas, registrou abstenção de 34%, indicou a Corte Suprema, durante um ato realizado na capital, Yaoundé, com forte mobilização policial para evitar possíveis distúrbios.

Os dados foram divulgados um dia depois de a Corte Suprema ter decidido não anular as eleições, como havia sido solicitado por dez dos 23 candidatos opositores, que consideram que houve fraude no pleito.


No último dia 17, um grupo de sete legendas políticas camaronesas publicou a chamada Declaração de Yaoundé, na qual diziam que não reconheceriam os resultados "por causa das muitas irregularidades e fraudes detectadas em colégios eleitorais".

Os signatários, entre eles John Fru Ndi, se declararam dispostos a "organizar greves no país" depois da proclamação dos resultados eleitorais.

Alguns observadores internacionais presentes em Yaoundé para supervisionar as eleições qualificaram o processo como "aceitável", opinião compartilhada pelo ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé.

No entanto, os observadores americanos notificaram "irregularidades em todos os níveis", afirmou o embaixador dos Estados Unidos em Camarões, Robert Jackson, na quarta-feira passada.


"No dia das eleições, nossos observadores detectaram incoerências e irregularidades em todos os níveis, assim como dificuldades técnicas por parte da Comissão Eleitoral de Camarões (Elecam) na organização das eleições", disse Jackson.

Nascido no dia 13 de março de 1933, Biya é um dos governantes africanos há mais tempo no poder - 29 anos ao todo. O novo mandato, se concluído, o levará aos 36 na chefia de Estado.

Após Ahmadou Ahidjo (no poder de 1960 a 1982), Biya é o segundo presidente que os camaroneses conheceram desde que o país se tornou independente da França e do Reino Unido, há 51 anos. O líder mantém forte controle sobre o aparelho estatal e sobre os meios de comunicação.

Biya é acusado de fraudes eleitorais nos pleitos de 1992 e 2004, sem contar o boicote feito pela oposição nas eleições realizadas em 1997. Também motivou críticas a modificação da Constituição promovida por ele, em abril de 2008, para tornar possível sua candidatura às eleições presidenciais do último dia 9.

Apesar de não ter aceitado eleições multipartidárias até 1992 - após as revoltas civis de um ano antes -, Biya publicou em 1987 um ensaio político no qual defendia "o multipartidarismo, a solidariedade, a justiça social e a distribuição equitativa dos frutos do crescimento".

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Yaoundé, Camarões - O presidente de Camarões, Paul Biya, venceu as eleições presidenciais realizadas no último dia 9 com 77,9% dos votos, e garantiu um novo mandato de sete anos, informou nesta sexta-feira a Corte Suprema do país africano .

Com este resultado, que já era esperado por vários analistas políticos, o chefe de Estado, no poder desde 1982, derrotou seu principal concorrente, John Fru Ndi, da Frente Democrática Social (SDF), que obteve apenas 10,7% dos votos.

O pleito, que contou pela primeira vez com duas mulheres como candidatas, registrou abstenção de 34%, indicou a Corte Suprema, durante um ato realizado na capital, Yaoundé, com forte mobilização policial para evitar possíveis distúrbios.

Os dados foram divulgados um dia depois de a Corte Suprema ter decidido não anular as eleições, como havia sido solicitado por dez dos 23 candidatos opositores, que consideram que houve fraude no pleito.


No último dia 17, um grupo de sete legendas políticas camaronesas publicou a chamada Declaração de Yaoundé, na qual diziam que não reconheceriam os resultados "por causa das muitas irregularidades e fraudes detectadas em colégios eleitorais".

Os signatários, entre eles John Fru Ndi, se declararam dispostos a "organizar greves no país" depois da proclamação dos resultados eleitorais.

Alguns observadores internacionais presentes em Yaoundé para supervisionar as eleições qualificaram o processo como "aceitável", opinião compartilhada pelo ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé.

No entanto, os observadores americanos notificaram "irregularidades em todos os níveis", afirmou o embaixador dos Estados Unidos em Camarões, Robert Jackson, na quarta-feira passada.


"No dia das eleições, nossos observadores detectaram incoerências e irregularidades em todos os níveis, assim como dificuldades técnicas por parte da Comissão Eleitoral de Camarões (Elecam) na organização das eleições", disse Jackson.

Nascido no dia 13 de março de 1933, Biya é um dos governantes africanos há mais tempo no poder - 29 anos ao todo. O novo mandato, se concluído, o levará aos 36 na chefia de Estado.

Após Ahmadou Ahidjo (no poder de 1960 a 1982), Biya é o segundo presidente que os camaroneses conheceram desde que o país se tornou independente da França e do Reino Unido, há 51 anos. O líder mantém forte controle sobre o aparelho estatal e sobre os meios de comunicação.

Biya é acusado de fraudes eleitorais nos pleitos de 1992 e 2004, sem contar o boicote feito pela oposição nas eleições realizadas em 1997. Também motivou críticas a modificação da Constituição promovida por ele, em abril de 2008, para tornar possível sua candidatura às eleições presidenciais do último dia 9.

Apesar de não ter aceitado eleições multipartidárias até 1992 - após as revoltas civis de um ano antes -, Biya publicou em 1987 um ensaio político no qual defendia "o multipartidarismo, a solidariedade, a justiça social e a distribuição equitativa dos frutos do crescimento".

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