Pastor evangélico lidera eleição na Costa Rica e vai ao 2º turno
Com 80,6% das urnas apuradas, Fabricio Alvarado, do partido conservador Restauração Nacional, tinha 24,8% dos votos
AFP
Publicado em 5 de fevereiro de 2018 às 06h57.
O deputado Fabricio Alvarado, um pregador evangélico contrário ao casamento gay , foi o mais votado no primeiro turno da eleição presidencial da Costa Rica , mas terá que disputar o segundo turno com o em abril com o candidato governista Carlos Alvarado.
Com 80,6% das urnas apuradas, Fabricio Alvarado, do partido conservador Restauração Nacional, tem 24,8% dos votos e é seguido pelo ex-ministro Carlos Alvarado, do governista Partido Ação Cidadã (PAC), com 21,6%.
Os dois devem disputar o segundo turno no dia 1 de abril.
A taxa de abstenção ficou em 33,88%, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os dois candidatos celebraram a passagem para o segundo turno.
"Hoje os costa-riquenhos saíram para votar e a mensagem é clara: a Costa Rica não quer mais do mesmo, não deseja mais as campanhas políticas de sempre. Por isto me uno ao movimento que foi criado de unidade, valores, de inovação e verdadeiro progresso", disse Fabricio Alvarado.
O pastor repetiu sua mensagem concentrada em "família, princípios e valores".
Seu rival, ex-ministro do Trabalho do atual governo, de 38 anos, afirmou que a próxima administração deve ser um "governo de unidade nacional que abra o diálogo, que respeite as diferenças, que saiba transformar este país".
Carlos Alvarado citou desafios nas áreas de economia, segurança e infraestrutura para o próximo governo, enquanto os simpatizantes gritavam "Carlos presidente".
O deputado evangélico Fabricio Alvarado, que em dezembro estava com 3% nas pesquisas de intenção de voto, disparou no fim da campanha por sua postura contrária ao casamento gay após uma declaração realizada em 9 de janeiro pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH) a favor da união homossexual
"Sem dúvidas, a religião impulsionou Fabricio Alvarado e isto se acentuou com veemência a partir da resolução da corte (interamericana)", disse à AFP o analista político independente Jorge Vega.
Ele explicou que o deputado conseguiu capitalizar este voto porque "não é um conservador de pose, é um homem da igreja evangélica".
A insegurança também motiva a intenção de voto dos costa-riquenhos diante de um drástico aumento no número de homicídios, que em 2017 alcançou 12,1 por casa 100.000 habitantes, o mais alto da história do país.
De acordo com a lei eleitoral do país, caso nenhum candidato consiga pelo menos 40% dos votos, o segundo turno é disputado entre os dois que receberam mais votos no primeiro turno.
O TSE informou que a votação transcorreu sem incidentes e com uma grande participação.