Partidários de Mursi protestam em desafio à polícia no Egito
Apoiadores do presidente deposto do Egito realizaram novos protestos nessa sexta, enquanto polícia se preparava para dispersar acampamentos no Cairo
Da Redação
Publicado em 2 de agosto de 2013 às 14h50.
Cairo - Os partidários islamitas do presidente deposto do Egito, Mohamed Mursi , realizaram protestos desafiadores nesta sexta-feira, enquanto a polícia se preparava para dispersar seus acampamentos no Cairo, em meio aos apelos da comunidade internacional contra um novo derramamento de sangue.
A polícia chegou a jogar granadas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes pró-Mursi.
As novas manifestações ocorreram um dia após o secretário americano de Estado, John Kerry, afirmar que o exército do Egito "restabeleceu a democracia" quando depôs Mursi, comentários que provocaram a ira dos simpatizantes do líder deposto.
A comunidade internacional, por sua vez, pressionou os dois lados para que resolvam pacificamente o impasse, enquanto o vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, William Burns, é esperado no Cairo na noite desta sexta-feira para participar de mais negociações.
Os simpatizantes de Mursi iniciaram seu protesto após as orações desta sexta-feira, saindo de várias mesquitas do Cairo e caminhando em direção à praça Rabaa al-Adawiya, seu ponto de concentração habitual.
"Abaixo Sisi, Mursi é o nosso presidente", gritavam milhares de manifestantes durante a marcha, agitando bandeiras egípcias e cartazes do líder deposto.
Os protestos foram uma resposta direta às autoridades, que convocaram os manifestantes a "deixar a razão prevalecer" e a voltar para casa.
O jornal governamental Al-Ahram, citando fontes policiais, informou nesta sexta-feira que a polícia preparou um plano para acabar com os protestos, mas não havia decidido quando implementá-lo, com o gabinete ainda à espera de uma solução pacífica.
Este impasse tem levantado temores de novos episódios de violência. Mais de 250 pessoas morreram desde a queda de Mursi.
Estas marchas aconteceram um dia após Kerry declarar em uma entrevista à rede de televisão paquistanesa Geo seu apoio à deposição de Mursi.
Na entrevista, Kerry se disse "muito, muito preocupado" com essas mortes, mas surpreendeu os analistas ao considerar que a intervenção do Exército, no dia 3 de julho, havia permitido "restabelecer a democracia".
"Milhões e milhões de pessoas pediram que o Exército interviesse. Todos tinham medo de uma queda no caos e na violência", declarou à rede de televisão.
Um porta-voz da Irmandade Muçulmana, grupo do qual Mursi é proveniente, denunciou os comentários de Kerry, acusando Washington de ser "cúmplice" do golpe.
"O secretário Kerry aceitará que o secretário de Defesa (Chuck) Hagel intervenha e derrube (o presidente Barack) Obama se grandes protestos ocorrerem na América?", se perguntou.
Os partidários de Mursi permaneceram firmes e desafiadores diante das crescentes ameaças do governo interino.
Desde o final de junho, alguns dias antes da destituição de Mursi, ocorrida no dia 3 de julho, mais de 250 pessoas - principalmente manifestantes favoráveis a Mursi - morreram em confrontos com as forças de ordem e grupos contrários ao presidente deposto.
Os Estados Unidos, que contribuem com um grande volume de recursos para o Exército egípcio, evitam falar de golpe de Estado para classificar a prisão de Mursi pelos militares. O ex-presidente vem sendo mantido em um lugar não revelado.
Cairo - Os partidários islamitas do presidente deposto do Egito, Mohamed Mursi , realizaram protestos desafiadores nesta sexta-feira, enquanto a polícia se preparava para dispersar seus acampamentos no Cairo, em meio aos apelos da comunidade internacional contra um novo derramamento de sangue.
A polícia chegou a jogar granadas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes pró-Mursi.
As novas manifestações ocorreram um dia após o secretário americano de Estado, John Kerry, afirmar que o exército do Egito "restabeleceu a democracia" quando depôs Mursi, comentários que provocaram a ira dos simpatizantes do líder deposto.
A comunidade internacional, por sua vez, pressionou os dois lados para que resolvam pacificamente o impasse, enquanto o vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, William Burns, é esperado no Cairo na noite desta sexta-feira para participar de mais negociações.
Os simpatizantes de Mursi iniciaram seu protesto após as orações desta sexta-feira, saindo de várias mesquitas do Cairo e caminhando em direção à praça Rabaa al-Adawiya, seu ponto de concentração habitual.
"Abaixo Sisi, Mursi é o nosso presidente", gritavam milhares de manifestantes durante a marcha, agitando bandeiras egípcias e cartazes do líder deposto.
Os protestos foram uma resposta direta às autoridades, que convocaram os manifestantes a "deixar a razão prevalecer" e a voltar para casa.
O jornal governamental Al-Ahram, citando fontes policiais, informou nesta sexta-feira que a polícia preparou um plano para acabar com os protestos, mas não havia decidido quando implementá-lo, com o gabinete ainda à espera de uma solução pacífica.
Este impasse tem levantado temores de novos episódios de violência. Mais de 250 pessoas morreram desde a queda de Mursi.
Estas marchas aconteceram um dia após Kerry declarar em uma entrevista à rede de televisão paquistanesa Geo seu apoio à deposição de Mursi.
Na entrevista, Kerry se disse "muito, muito preocupado" com essas mortes, mas surpreendeu os analistas ao considerar que a intervenção do Exército, no dia 3 de julho, havia permitido "restabelecer a democracia".
"Milhões e milhões de pessoas pediram que o Exército interviesse. Todos tinham medo de uma queda no caos e na violência", declarou à rede de televisão.
Um porta-voz da Irmandade Muçulmana, grupo do qual Mursi é proveniente, denunciou os comentários de Kerry, acusando Washington de ser "cúmplice" do golpe.
"O secretário Kerry aceitará que o secretário de Defesa (Chuck) Hagel intervenha e derrube (o presidente Barack) Obama se grandes protestos ocorrerem na América?", se perguntou.
Os partidários de Mursi permaneceram firmes e desafiadores diante das crescentes ameaças do governo interino.
Desde o final de junho, alguns dias antes da destituição de Mursi, ocorrida no dia 3 de julho, mais de 250 pessoas - principalmente manifestantes favoráveis a Mursi - morreram em confrontos com as forças de ordem e grupos contrários ao presidente deposto.
Os Estados Unidos, que contribuem com um grande volume de recursos para o Exército egípcio, evitam falar de golpe de Estado para classificar a prisão de Mursi pelos militares. O ex-presidente vem sendo mantido em um lugar não revelado.