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Parlamento de Lesoto aprova moção de censura contra premiê

Com a moção aprovada, Mosisili, de 71 anos, deve agora convocar novas eleições, embora alguns analistas acreditem que ele possa resistir

Pakalitha Mosisili: o primeiro-ministro é acusado por suposta corrupção e má gestão (Eduardo Munoz/Reuters)
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EFE

Publicado em 1 de março de 2017 às 16h27.

Johanesburgo - O parlamento de Lesoto aprovou nesta quarta-feira uma moção de censura apresentada pela oposição contra o primeiro-ministro, Pakalitha Mosisili, por suposta corrupção e má gestão, o que obriga o dirigente a dissolver seu governo e convocar novas eleições, informou a imprensa local.

Esta nova reviravolta na vida pública do pequeno reino sul-africano evidencia a instabilidade na qual vivia o país, imerso em uma grave crise política desde a tentativa de golpe de Estado em agosto de 2014.

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O texto foi apresentado pela Convenção All Basotho (ABC, em inglês), partido do ex-primeiro-ministro Thomas Thabane, de 77 anos, que na votação de hoje obteve o apoio inclusive dos aliados de Mosisili nas eleições de fevereiro de 2015.

Com a moção aprovada, Mosisili, de 71 anos, deve agora convocar novas eleições, embora alguns analistas acreditem que ele possa resistir a aceitar o voto do parlamento.

Além de acusar comportamentos corruptos e criticar a suposta má gestão, o partido de Thabane recrimina Mosisili por não ter cumprido com as recomendações dos países da região que auspiciaram o acordo assinado por todas as legendas após a tentativa de golpe.

Outro dos argumentos contra Mosisili é a repressão desde que formou seu governo contra vários opositores, que se refugiaram na África do Sul.

O mais ilustre dos exilados era o próprio Thabane, que retornou em meados de janeiro ao país após quase dois anos de exílio.

A aprovação da moção acontece no mesmo dia em que o exército libertou sete soldados que estavam detidos desde 2015, quando 23 militares foram presos acusados de preparar um motim contra Mosisili, segundo a Anistia Internacional, que pede que sejam retiradas as acusações contra eles.

Com pouco mais de dois milhões de pessoas e encravado no coração da África do Sul, Lesoto viveu várias convulsões políticas desde que se tornou independente do Reino Unido em 1966.

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