Parentes de passageiros do voo desaparecido da Malaysia Airlines choram: parentes propuseram a greve de fome como medida de pressão às autoridades malaias (REUTERS/Kim Kyung-Hoon)
Da Redação
Publicado em 18 de março de 2014 às 09h44.
Pequim - Familiares dos passageiros chineses que viajavam a bordo do voo desaparecido MH370 de Malaysia Airlines ameaçaram hoje protagonizar uma greve de fome em protesto até que o governo da Malásia lhes dê informações verdadeiras sobre o paradeiro de seus familiares.
Foi o que o comunicou à imprensa uma das familiares, uma mulher de cerca de 30 anos, no hotel Lido de Pequim, onde centenas de pessoas esperam ainda notícias sobre o ocorrido, 11 dias depois que o avião desapareceu após decolar de Kuala Lumpur com 239 pessoas a bordo, entre elas, 154 cidadãos chineses.
Alguns dos parentes propuseram a greve de fome como medida de pressão às autoridades malaias que consideram que "ocultam informação" sobre o desaparecimento do voo.
No quarto onde os parentes esperam - e aonde a imprensa não pode chegar - foi pendurado um quadro branco onde convida-se a aderir à greve de fome, como mostram fotografias feitas pelo grupo.
A iniciativa é opcional e nem todos os familiares a apoiaram, explicaram dois homens, cujo filho e o irmão embarcaram no voo.
Depois de mais de uma semana de informações confusas, as famílias exigem que autoridades do governo da Malásia vão pessoalmente a Pequim e lhes informem dos avanços da investigação, depois que a Malásia reorientou a busca do aparelho após confirmar que o avião mudou sua rota durante o voo.
Desde então, uma equipe internacional formada por 26 países deslocaram a busca a regiões que ficam a milhares de quilômetros do ponto de partida, o que foi muito criticado pelos parentes, que consideram que se perdeu "muito tempo".
Outro motivo de chateação para os parentes o vai e vem de informações e desmentidos por parte do governo da Malásia.
Uma equipe internacional procura o aparelho desaparecido em dois corredores, um ao norte e outro ao sul do ponto onde os radares o situaram pela última vez, uma vasta operação que inclui regiões da Ásia Central ao Oceano Índico.
O governo chinês mostrou em diversas ocasiões sua insatisfação com a gestão da Malásia e lhe instou a "melhorar a coordenação" da busca e a investigação, e a transferir informação veraz e confirmada.
"Esperamos que a Malásia nos proporcione informação detalhada, precisa e completa, de sua parte e de parte de terceiros países, o mais em breve possível para que possamos conseguir uma busca mais eficaz", assinalou hoje o porta-voz chinês das Relações Exteriores Hong Le, em entrevista coletiva.