Para Merkel, espionagem é quebra de confiança inaceitável
Chanceler alemã acusou os Estados Unidos de cometerem uma inaceitável quebra de confiança ao monitorarem seu telefone celular
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2013 às 17h06.
Bruxelas - A chanceler alemã, Angela Merkel , acusou nesta quinta-feira os Estados Unidos de cometerem uma inaceitável quebra de confiança ao monitorarem seu telefone celular e sugeriu que seu país poderá revisar acordos de partilha de informações com os norte-americanos.
Chegando a Bruxelas para uma cúpula europeia na qual uma ampla pauta socioeconômica foi ofuscada pelas novas denúncias de espionagem norte-americana, desta vez contra Itália, França e Alemanha , Merkel disse ter manifestado sua insatisfação em uma conversa telefônica na véspera com o presidente dos EUA, Barack Obama.
"Não se trata apenas de mim, mas de todo cidadão alemão. Precisamos ter confiança nos nossos aliados e parceiros, e essa confiança deve agora ser novamente estabelecida", disse ela a jornalistas.
"Repito que a espionagem entre amigos não é nada aceitável, contra ninguém, e isso vale para todo cidadão na Alemanha." Um dia antes de Merkel proferir essas declarações duras, o governo alemão disse ter indícios de que o celular da chanceler havia sido "monitorado" pela Agência de Segurança Nacional dos EUA.
O ministro alemão de Relações Exteriores, Guido Westerwelle, convocou o embaixador norte-americano em Berlim para discutir o assunto, um fato que diplomatas disseram ser inédito nos últimos 60 anos.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que Obama tranquilizou Merkel na conversa de quarta-feira de que os EUA "não estão monitorando e não irão monitorar" as comunicações dela, deixando em aberto a possibilidade de que isso tenha ocorrido no passado.
Para a Alemanha, a questão é particularmente delicada, pois a espionagem evoca lembranças da bisbilhotice realizada pela Stasi, polícia secreta da Alemanha Oriental, onde Merkel cresceu.
Outros aliados importantes dos EUA, como Brasil e Arábia Saudita, também já se queixaram das atividades de espionagem reveladas em junho pelo ex-técnico de inteligência Edward Snowden.
A França também já havia manifestado indignação depois que o jornal Le Monde noticiou que a Agência de Segurança Nacional dos EUA havia recolhido dezenas de milhares de registros telefônicos franceses entre dezembro de 2010 e janeiro de 2013.
Nesta quinta-feira, uma revista da Itália noticiou que a NSA também monitorou telecomunicações estratégicas desse país.
As revelações podem impactar importantes iniciativas legislativas e comerciais entre os EUA e a União Europeia, e alguns parlamentares alemães defenderam que a negociação de um acordo de livre-comércio entre EUA e UE seja suspenso.
Bruxelas - A chanceler alemã, Angela Merkel , acusou nesta quinta-feira os Estados Unidos de cometerem uma inaceitável quebra de confiança ao monitorarem seu telefone celular e sugeriu que seu país poderá revisar acordos de partilha de informações com os norte-americanos.
Chegando a Bruxelas para uma cúpula europeia na qual uma ampla pauta socioeconômica foi ofuscada pelas novas denúncias de espionagem norte-americana, desta vez contra Itália, França e Alemanha , Merkel disse ter manifestado sua insatisfação em uma conversa telefônica na véspera com o presidente dos EUA, Barack Obama.
"Não se trata apenas de mim, mas de todo cidadão alemão. Precisamos ter confiança nos nossos aliados e parceiros, e essa confiança deve agora ser novamente estabelecida", disse ela a jornalistas.
"Repito que a espionagem entre amigos não é nada aceitável, contra ninguém, e isso vale para todo cidadão na Alemanha." Um dia antes de Merkel proferir essas declarações duras, o governo alemão disse ter indícios de que o celular da chanceler havia sido "monitorado" pela Agência de Segurança Nacional dos EUA.
O ministro alemão de Relações Exteriores, Guido Westerwelle, convocou o embaixador norte-americano em Berlim para discutir o assunto, um fato que diplomatas disseram ser inédito nos últimos 60 anos.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que Obama tranquilizou Merkel na conversa de quarta-feira de que os EUA "não estão monitorando e não irão monitorar" as comunicações dela, deixando em aberto a possibilidade de que isso tenha ocorrido no passado.
Para a Alemanha, a questão é particularmente delicada, pois a espionagem evoca lembranças da bisbilhotice realizada pela Stasi, polícia secreta da Alemanha Oriental, onde Merkel cresceu.
Outros aliados importantes dos EUA, como Brasil e Arábia Saudita, também já se queixaram das atividades de espionagem reveladas em junho pelo ex-técnico de inteligência Edward Snowden.
A França também já havia manifestado indignação depois que o jornal Le Monde noticiou que a Agência de Segurança Nacional dos EUA havia recolhido dezenas de milhares de registros telefônicos franceses entre dezembro de 2010 e janeiro de 2013.
Nesta quinta-feira, uma revista da Itália noticiou que a NSA também monitorou telecomunicações estratégicas desse país.
As revelações podem impactar importantes iniciativas legislativas e comerciais entre os EUA e a União Europeia, e alguns parlamentares alemães defenderam que a negociação de um acordo de livre-comércio entre EUA e UE seja suspenso.