Paquistão reabrirá secular templo hindu para celebrar festival religioso
No Diwali, que marca o ano novo hindu, os devotos estreiam roupas novas, lançam fogos de artifício e enfeitam suas casas com luzes
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2011 às 18h13.
Islamabad, Paquistão - A festa religiosa hindu conhecida como Diwali será muito especial para os devotos desta religião que vivem no Paquistão , uma vez que poderão acompanhar a abertura de um de seus templos do século 19 em terra islâmica.
A Índia celebra o Diwali, também conhecido como Festival das Luzes, nesta quarta-feira. Na cerimônia, que marca o ano novo hindu, os devotos estreiam roupas novas, lançam fogos de artifício e enfeitam suas casas com luzes.
A minoria hindu do Paquistão, rival histórico da Índia, não poderá celebrar com alvoroço a volta do deus hindu Ram ao seu reino após vencer o demônio Ravana, porém, terão um motivo de especial para comemorar o Diwali deste ano.
Mesmo com alguns dias de atraso, no próximo dia 30 de outubro, as autoridades paquistanesas planejam reabrir o templo de Gorakhnath, situado na cidade de Peshawar, conhecida pelo rigor islâmico de sua população.
"O templo será aberto neste domingo das 14h às 22h (horário local)", afirmou à Agência Efe Bakhat Khan, funcionário do departamento de Arqueologia da província de Khyber Pakhtunkhwa, cuja capital é Peshawar.
Khan explicou que não pôde realizar a abertura do templo exatamente com o Diwali porque as autoridades não garantiriam a segurança dos hindus. A entrada ao templo, construído entre 1834 e 1849, será permitida somente aos fiéis hindus, sikhs e a imprensa.
O edifício religioso, situado no complexo arqueológico de Gor Katri, permaneceu fechado durante décadas, em um país que é palco de frequentes ataques contra minorias religiosas, incluindo os hindus.
O Paquistão tem atualmente uma população perto de 180 milhões de habitantes e, segundo o último censo, de 1998, 1,6% da população é hindu, comunidade religiosa que se concentra, principalmente, na província sulina de Sindh.
Devido à baixa percentagem de hindus no Paquistão e sua pouca visibilidade, são os cristãos e os ahmadis, considerados hereges, os que sofrem maior discriminação.
As leis antiblasfêmias são uma das ferramentas dos grupos religiosos para extorquir estas minorias.
A aplicação destas normas gerou um grande debate nacional, que teve seu clímax este ano com os assassinatos do governador da província de Punyab, Salmaan Taseer, e do ministro de Minorias, Shahbaz Bhatti.
O Governo paquistanês frequentemente é criticado por organizações de direitos humanos, já que as leis antiblasfêmias seguem em vigor.
No Paquistão não há muitos templos hindus, mas o mesmo não ocorre com os sikhs, comunidade que após a partilha do subcontinente (1947) se transferiu em massa para a Índia.
O funcionário paquistanês consultado pela Agência Efe não pôde dar uma estimativa dos hindus que irão acompanhar a abertura do templo. Mas, para a grande minoria, o Diwali será muito diferente.
Islamabad, Paquistão - A festa religiosa hindu conhecida como Diwali será muito especial para os devotos desta religião que vivem no Paquistão , uma vez que poderão acompanhar a abertura de um de seus templos do século 19 em terra islâmica.
A Índia celebra o Diwali, também conhecido como Festival das Luzes, nesta quarta-feira. Na cerimônia, que marca o ano novo hindu, os devotos estreiam roupas novas, lançam fogos de artifício e enfeitam suas casas com luzes.
A minoria hindu do Paquistão, rival histórico da Índia, não poderá celebrar com alvoroço a volta do deus hindu Ram ao seu reino após vencer o demônio Ravana, porém, terão um motivo de especial para comemorar o Diwali deste ano.
Mesmo com alguns dias de atraso, no próximo dia 30 de outubro, as autoridades paquistanesas planejam reabrir o templo de Gorakhnath, situado na cidade de Peshawar, conhecida pelo rigor islâmico de sua população.
"O templo será aberto neste domingo das 14h às 22h (horário local)", afirmou à Agência Efe Bakhat Khan, funcionário do departamento de Arqueologia da província de Khyber Pakhtunkhwa, cuja capital é Peshawar.
Khan explicou que não pôde realizar a abertura do templo exatamente com o Diwali porque as autoridades não garantiriam a segurança dos hindus. A entrada ao templo, construído entre 1834 e 1849, será permitida somente aos fiéis hindus, sikhs e a imprensa.
O edifício religioso, situado no complexo arqueológico de Gor Katri, permaneceu fechado durante décadas, em um país que é palco de frequentes ataques contra minorias religiosas, incluindo os hindus.
O Paquistão tem atualmente uma população perto de 180 milhões de habitantes e, segundo o último censo, de 1998, 1,6% da população é hindu, comunidade religiosa que se concentra, principalmente, na província sulina de Sindh.
Devido à baixa percentagem de hindus no Paquistão e sua pouca visibilidade, são os cristãos e os ahmadis, considerados hereges, os que sofrem maior discriminação.
As leis antiblasfêmias são uma das ferramentas dos grupos religiosos para extorquir estas minorias.
A aplicação destas normas gerou um grande debate nacional, que teve seu clímax este ano com os assassinatos do governador da província de Punyab, Salmaan Taseer, e do ministro de Minorias, Shahbaz Bhatti.
O Governo paquistanês frequentemente é criticado por organizações de direitos humanos, já que as leis antiblasfêmias seguem em vigor.
No Paquistão não há muitos templos hindus, mas o mesmo não ocorre com os sikhs, comunidade que após a partilha do subcontinente (1947) se transferiu em massa para a Índia.
O funcionário paquistanês consultado pela Agência Efe não pôde dar uma estimativa dos hindus que irão acompanhar a abertura do templo. Mas, para a grande minoria, o Diwali será muito diferente.