Paquistão negocia com clérigo que pede saída do governo
Governo de coalizão iniciou negociações com um clérigo muçulmano cujos pedidos pela renúncia levaram milhares de manifestantes a acampar nas proximidades do Parlamento
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2013 às 13h54.
Islambad - O governo de coalizão do Paquistão iniciou negociações nesta quinta-feira com um clérigo muçulmano cujos pedidos pela renúncia do governo levaram milhares de manifestantes a acampar nas proximidades do Parlamento.
Um porta-voz do clérigo, Muhammad Tahirul Qadri, disse que uma delegação estava realizando discussões em uma tentativa de neutralizar uma crise política que eclodiu depois que ele liderou um comboio de ônibus levando manifestantes para a capital na segunda-feira.
Qadri, que apoiou um golpe militar em 1999, está pedindo a renúncia imediata do governo e a instalação de um governo interino durante os preparativos para eleições previstas para os próximos meses.
Horas antes do início da reunião, Qadri emitiu o que ele chamou de um aviso final para o governo, com partidários ouvindo seu último discurso debaixo de chuva forte no coração da capital, onde alguns montaram tendas grandes.
"Agora eu dou um ultimato de que o presidente e sua equipe devem vir para o diálogo em uma hora e meia e esta é a última oferta pacífica para eles", declarou Qadri, que voltou do Canadá há algumas semanas e se tornou uma sensação na mídia com os pedidos por um novo cenário político.
"Hoje é o último dia do nosso protesto. Amanhã, vamos agir com uma nova estratégia." Ele não entrou em detalhes.
Embora Qadri tenha mantido a pressão, o governo do Paquistão sentiu algum alívio após o chefe da agência estatal de combate à corrupção ter rejeitado uma ordem da Suprema Corte para prender o primeiro-ministro.
Na terça-feira, a Corte ordenou a prisão do primeiro-ministro, Raja Pervez Ashraf, por alegações de corrupção em transações envolvendo usinas alugadas quando ele serviu como ministro de Energia.
Fasih Bokhari, o Secretário Nacional de Prestação de Contas, disse à Suprema Corte que as investigações das denúncias contra Ashraf estavam incompletas.
O tribunal pediu a Bokhari para produzir históricos de casos para que pudesse decidir se há provas suficientes para processar o primeiro-ministro. O caso foi adiado até 23 de janeiro, informaram os juízes.
A aparição de Qadri na linha de frente da cena política do Paquistão tem alimentado especulações de que o Exército, com sua longa história de envolvimento na política, tacitamente endossou sua campanha, a fim de impor mais pressão sobre um governo que vê como inepto e corrupto. O Exército nega.
O apelo de Qadri tem lançado novas incertezas sobre o esforço do governo para se tornar a primeira administração civil do Paquistão a completar um mandato completo.
O clérigo, que vem proferindo longos discursos inflamados de trás de uma caixa de vidro à prova de balas, tem muitos seguidores que apoiam sua caridade religiosa, que tem escritórios em 80 países.
O Exército governou o Paquistão durante mais de metade dos seus 65 anos desde a independência. O atual chefe do Exército, general Ashfaq Kayani, prometeu deixar os militares fora da política.
Islambad - O governo de coalizão do Paquistão iniciou negociações nesta quinta-feira com um clérigo muçulmano cujos pedidos pela renúncia do governo levaram milhares de manifestantes a acampar nas proximidades do Parlamento.
Um porta-voz do clérigo, Muhammad Tahirul Qadri, disse que uma delegação estava realizando discussões em uma tentativa de neutralizar uma crise política que eclodiu depois que ele liderou um comboio de ônibus levando manifestantes para a capital na segunda-feira.
Qadri, que apoiou um golpe militar em 1999, está pedindo a renúncia imediata do governo e a instalação de um governo interino durante os preparativos para eleições previstas para os próximos meses.
Horas antes do início da reunião, Qadri emitiu o que ele chamou de um aviso final para o governo, com partidários ouvindo seu último discurso debaixo de chuva forte no coração da capital, onde alguns montaram tendas grandes.
"Agora eu dou um ultimato de que o presidente e sua equipe devem vir para o diálogo em uma hora e meia e esta é a última oferta pacífica para eles", declarou Qadri, que voltou do Canadá há algumas semanas e se tornou uma sensação na mídia com os pedidos por um novo cenário político.
"Hoje é o último dia do nosso protesto. Amanhã, vamos agir com uma nova estratégia." Ele não entrou em detalhes.
Embora Qadri tenha mantido a pressão, o governo do Paquistão sentiu algum alívio após o chefe da agência estatal de combate à corrupção ter rejeitado uma ordem da Suprema Corte para prender o primeiro-ministro.
Na terça-feira, a Corte ordenou a prisão do primeiro-ministro, Raja Pervez Ashraf, por alegações de corrupção em transações envolvendo usinas alugadas quando ele serviu como ministro de Energia.
Fasih Bokhari, o Secretário Nacional de Prestação de Contas, disse à Suprema Corte que as investigações das denúncias contra Ashraf estavam incompletas.
O tribunal pediu a Bokhari para produzir históricos de casos para que pudesse decidir se há provas suficientes para processar o primeiro-ministro. O caso foi adiado até 23 de janeiro, informaram os juízes.
A aparição de Qadri na linha de frente da cena política do Paquistão tem alimentado especulações de que o Exército, com sua longa história de envolvimento na política, tacitamente endossou sua campanha, a fim de impor mais pressão sobre um governo que vê como inepto e corrupto. O Exército nega.
O apelo de Qadri tem lançado novas incertezas sobre o esforço do governo para se tornar a primeira administração civil do Paquistão a completar um mandato completo.
O clérigo, que vem proferindo longos discursos inflamados de trás de uma caixa de vidro à prova de balas, tem muitos seguidores que apoiam sua caridade religiosa, que tem escritórios em 80 países.
O Exército governou o Paquistão durante mais de metade dos seus 65 anos desde a independência. O atual chefe do Exército, general Ashfaq Kayani, prometeu deixar os militares fora da política.