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Paquistão faz homenagem às vítimas de ataque a universidade

O ataque recordou o massacre cometido pelo mesmo grupo contra uma escola em dezembro de 2014 em Peshawar

Atentado: "Os insurgentes gostariam que as escolas permanecessem fechadas. Queríamos enviar a mensagem de que a educação continua" (Khuram Parvez / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2016 às 09h18.

O Paquistão presta homenagem nesta quinta-feira aos 21 mortos na quarta-feira em um ataque dos talibãs contra uma universidade do oeste do país, ao mesmo tempo em que surgem questionamentos sobre as falhas da campanha antiterrorista.

Policiais, alguns deles nos telhados dos edifícios, permaneciam mobilizados no campus da Universidade de Bacha Khan, em Charsadda, onde os estudantes foram vítimas de um ataque com granadas e armas automáticas.

O ataque, reivindicado pelo Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), uma facção dos talibãs paquistaneses, recordou o massacre cometido pelo mesmo grupo contra uma escola em dezembro de 2014 em Peshawar, a 50 km de Charsadda, que provocou mais de 150 mortes, a maioria de crianças.

A matança teve como resposta uma ampla campanha das forças de segurança contra os insurgentes na região noroeste do país.

Fontes médicas indicaram que um dos estudantes feridos faleceu durante a noite. A polícia anunciou que o óbito não altera o balanço de vítimas fatais, já que uma delas havia sido contada duas vezes.

Sete sobreviventes permanecem internados, mas em condição estável.

As autoridades decidiram manter as aulas nas escolas nesta quinta-feira na província de Khyber Pajtunkhwa, onde fica Charsadda.

"Os insurgentes gostariam que as escolas permanecessem fechadas", disse à AFP o ministro provincial da Educação, Arif Khan.

"Queríamos enviar a mensagem de que a educação continua", completou, em tom de desafio.

Apenas Bacha Khan e sua universidade associada, Abdul Wali Khan, na cidade de Mardan, permaneceram fechadas.

Resposta "sem piedade"

As bandeiras estavam a meio mastro nesta quinta-feira nos edifícios públicos e uma cerimônia religiosa estava prevista na capital do país, Islamabad.

O primeiro-ministro, Nawaz Sharif, prometeu uma resposta "sem piedade" ao massacre e ordenou a busca dos autores.

Os talibãs paquistaneses também condenaram o atentado cometido por uma de suas facções e chamaram a ação de "anti-islâmica". Prometeram punir os culpados.

As forças de segurança mataram os quatro criminosos durante o ataque e acreditam que serão identificados em breve.

Vários estudantes mortos estavam em uma residência para alunos, onde os militares cercaram os criminosos.

Uma antiga placa de madeira encontrada no local, em meio ao sangue e móveis destruídos, tem a frase: "Os heróis morrem jovens".

Os parentes das vítimas do massacre de dezembro de 2014 em Peshawar participaram na quarta-feira à noite em uma vigília em homenagem às vítimas de quarta-feira.

O atentado contra a escola para filhos de militares, há 13 meses, foi o mais grave da história recente do Paquistão e motivou uma campanha militar contra os extremistas nas zonas tribais, onde operavam com total impunidade.

O número de atentados diminuiu em 2015, mas os críticos advertiram que o governo não está tomando medidas a longo prazo para lutar contra o extremismo.

"Entendemos sua dor", disse Ajun Khan, que perdeu o filho no atentado de Peshawar, em uma mensagem às famílias das vítimas de Charsadda.

"Não vivemos em segurança, mesmo os pais não sentem segurança", completou.

O ataque de Bacha Khan, que para a Anistia Internacional poderia ser considerado um crime de guerra, provocou uma onda de condenações internacionais, do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, até a vizinha Índia.

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O Paquistão presta homenagem nesta quinta-feira aos 21 mortos na quarta-feira em um ataque dos talibãs contra uma universidade do oeste do país, ao mesmo tempo em que surgem questionamentos sobre as falhas da campanha antiterrorista.

Policiais, alguns deles nos telhados dos edifícios, permaneciam mobilizados no campus da Universidade de Bacha Khan, em Charsadda, onde os estudantes foram vítimas de um ataque com granadas e armas automáticas.

O ataque, reivindicado pelo Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), uma facção dos talibãs paquistaneses, recordou o massacre cometido pelo mesmo grupo contra uma escola em dezembro de 2014 em Peshawar, a 50 km de Charsadda, que provocou mais de 150 mortes, a maioria de crianças.

A matança teve como resposta uma ampla campanha das forças de segurança contra os insurgentes na região noroeste do país.

Fontes médicas indicaram que um dos estudantes feridos faleceu durante a noite. A polícia anunciou que o óbito não altera o balanço de vítimas fatais, já que uma delas havia sido contada duas vezes.

Sete sobreviventes permanecem internados, mas em condição estável.

As autoridades decidiram manter as aulas nas escolas nesta quinta-feira na província de Khyber Pajtunkhwa, onde fica Charsadda.

"Os insurgentes gostariam que as escolas permanecessem fechadas", disse à AFP o ministro provincial da Educação, Arif Khan.

"Queríamos enviar a mensagem de que a educação continua", completou, em tom de desafio.

Apenas Bacha Khan e sua universidade associada, Abdul Wali Khan, na cidade de Mardan, permaneceram fechadas.

Resposta "sem piedade"

As bandeiras estavam a meio mastro nesta quinta-feira nos edifícios públicos e uma cerimônia religiosa estava prevista na capital do país, Islamabad.

O primeiro-ministro, Nawaz Sharif, prometeu uma resposta "sem piedade" ao massacre e ordenou a busca dos autores.

Os talibãs paquistaneses também condenaram o atentado cometido por uma de suas facções e chamaram a ação de "anti-islâmica". Prometeram punir os culpados.

As forças de segurança mataram os quatro criminosos durante o ataque e acreditam que serão identificados em breve.

Vários estudantes mortos estavam em uma residência para alunos, onde os militares cercaram os criminosos.

Uma antiga placa de madeira encontrada no local, em meio ao sangue e móveis destruídos, tem a frase: "Os heróis morrem jovens".

Os parentes das vítimas do massacre de dezembro de 2014 em Peshawar participaram na quarta-feira à noite em uma vigília em homenagem às vítimas de quarta-feira.

O atentado contra a escola para filhos de militares, há 13 meses, foi o mais grave da história recente do Paquistão e motivou uma campanha militar contra os extremistas nas zonas tribais, onde operavam com total impunidade.

O número de atentados diminuiu em 2015, mas os críticos advertiram que o governo não está tomando medidas a longo prazo para lutar contra o extremismo.

"Entendemos sua dor", disse Ajun Khan, que perdeu o filho no atentado de Peshawar, em uma mensagem às famílias das vítimas de Charsadda.

"Não vivemos em segurança, mesmo os pais não sentem segurança", completou.

O ataque de Bacha Khan, que para a Anistia Internacional poderia ser considerado um crime de guerra, provocou uma onda de condenações internacionais, do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, até a vizinha Índia.

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