Papa pede para que desviem dinheiro de armas para estudos contra pandemias
Pedido de Francisco foi direcionado a políticos, e o intuito é evitar a próxima pandemia. Pontífice falou à maior aglomeração de pessoas em quase três meses
Reuters
Publicado em 30 de maio de 2020 às 17h53.
O papa Francisco pediu neste sábado que políticos desviem fundos gastos em armas para pesquisas que evitem a próxima pandemia, enquanto falava à maior aglomeração de pessoas no Vaticano em quase três meses.
Francisco realizou uma missa ao ar livre com aproximadamente 130 pessoas, incluindo muitas diretamente afetadas pela pandemia.
Entre os que rezaram estavam médicos italianos, enfermeiros e motoristas de ambulância, assim como pessoas que se recuperaram do coronavírus ou perderam familiares. Mais de 33 mil pessoas morreram na Itália.
A maioria usou máscaras, exceto quando comandaram orações no microfone. Francisco, sentou-se a metros de distância da maioria das pessoas durante a maior parte da missa e não usou máscara.
No seu sermão de encerramento, o papa disse que líderes nacionais deveriam ter uma atitude mais prudente, ajudando os mais necessitados agora e colocando em ação soluções econômicas e sociais de longo prazo.
Rezou pedindo que Nossa Senhora "tocasse a consciência (dos líderes) para que os enormes valores gastos para ter armamentos e para aperfeiçoá-los sejam destinados para a promoção de pesquisas para impedir catástrofes como esta no futuro".
No começo do mês, Francisco pediu cooperação científica internacional para desenvolver uma vacina e disse que qualquer uma que funcionasse deveria ser compartilhada globalmente.
Por quase três meses, Francisco liderou missas televisionadas, audiências gerais e discursos dominicais de dentro do Vaticano, sem público.
A Basílica de São Pedro e a Praça de São Pedro foram totalmente reabertas em 18 de maio, com a Itália entrando na segunda fase de alívio das restrições contra o vírus.
No domingo, Francisco rezará uma missa com apenas 50 pessoas dentro da basílica, mas depois entregará sua mensagem dominical de sua janela, olhando a praça de cima pela primeira vez desde o começo de março.