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Papa fala de "guerra mundial pela água" em discurso

Para o pontífice, a disputa por água pode se tornar a "terceira guerra mundial"

Papa: o pontífice argentino fez uma chamada à comunidade internacional para que garanta o "acesso universal à água segura e de qualidade" (Remo Casilli/Reuters)
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EFE

Publicado em 24 de fevereiro de 2017 às 14h23.

Cidade do Vaticano - O papa Francisco questionou nesta sexta-feira se o mundo atual, que está no meio do que descreveu como uma "terceira guerra mundial em pedaços", está "no caminho rumo à grande guerra mundial pela água".

"Eu me pergunto se no meio desta terceira guerra mundial em pedaços que estamos vivendo, não estamos a caminho rumo à grande guerra mundial pela água", disse Francisco.

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O papa se expressou nestes termos durante um discurso que realizou na sessão de encerramento do seminário internacional sobre o direito humano à água organizado pela Pontifícia Academia das Ciências durante dois dias na Casa Pio IV do Vaticano.

"Os números que as Nações Unidas revelam são dilaceradores e não podem nos deixar indiferentes: a cada dia, mil crianças morrem por causa de doenças relacionadas com a água. Milhões de pessoas consomem água contaminada", ressaltou.

"Estes dados são muito graves, é preciso contê-lo e investir nesta situação. Não é tarde, mas é urgente tomar consciência da necessidade de água e de seu valor essencial para o bem da humanidade", acrescentou.

Nesta linha, o pontífice argentino fez uma chamada à comunidade internacional para que garanta o "acesso universal à água segura e de qualidade".

"Neste compromisso de dar à água a importância que lhe corresponde, é preciso uma cultura do cuidado e, além disso, fomentar uma cultura do encontro, na qual haja união em torno de uma causa comum de todas as forças necessárias de cientistas e empresários, governantes e políticos", apontou.

Uma cultura do encontro, prosseguiu, na qual é "imprescindível a ação de cada Estado como fiador do acesso universal à água segura e de qualidade".

Francisco destacou que "toda pessoa tem direito ao acesso à água potável e segura", um direito humano que é "básico e uma das questões nodais no mundo atual".

"Nosso direito à água é também um dever com a água. Do direito que temos a ela, se desprende uma obrigação que está unida e não pode ser separada", refletiu.

"É ineludível anunciar este direito humano essencial e defendê-lo, mas também atuar de forma concreta, assegurando um compromisso político e jurídico com a água", disse.

Finalmente, o papa considerou que "o direito à água é determinante para a sobrevivência das pessoas e para decidir o futuro da humanidade".

Por isso, opinou, "é prioritário também educar as próximas gerações sobre a gravidade desta realidade".

"Não nos esqueçamos dos dados e os números das Nações Unidas, não nos esqueçamos que a cada dia, mil crianças morrem por doenças relacionadas com a água", concluiu.

Durante dois dias, 95 personalidades dos cinco continentes participaram deste encontro internacional intitulado "O direito humano à água: forneça e perspectivas interdisciplinares sobre a centralidade das políticas públicas na gestão de água e o saneamento".

O diretor do seminário foi o cardeal brasileiro Cláudio Hummes e seu objetivo foi abordar a problemática do direito humano à água e encontrar soluções que podem ser alcançadas para enfrentar esta realidade.

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