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Panamá prevê aumento do fluxo de migrantes na selva do Darién após eleições na Venezuela

País da América Central pode ser rota para migrantes que desejam chegar aos EUA

Grupo chega ao centro de recepção de migrantes Lajas Blancas, no Panamá, após cruzarem a inóspita selva do Darién, em 28 de junho de 2024 (AFP Photo)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 30 de julho de 2024 às 07h55.

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, previu nesta segunda-feira, 29, um aumento do número de migrantes venezuelanos que atravessarão a selva do Darién com destino aos Estados Unidos, após a controversa reeleição deNicolás MaduronaVenezuela.

Mais de 200.000 pessoas já realizaram a travessia em 2024, dois terços delas de venezuelanos, segundos dados oficiais panamenhos.

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"Eu acredito, e espero estar errado, que o fluxo de venezuelanos [pelo Darién] vá aumentar por razões óbvias. Temos que tomar as decisões correspondentes também para proteger suas vidas, sua integridade e facilitar o trânsito das pessoas que desejam emigrar para os Estados Unidos ", disse Mulino em uma coletiva de imprensa.

Mulino também anunciou a retirada do pessoal diplomático panamenho da Venezuela e a suspensão das relações bilaterais após os resultados eleitorais.

Em meio a denúncias de fraude, o órgão eleitoral venezuelano proclamou Maduro como vencedor das eleições de domingo para um terceiro mandato consecutivo de seis anos.

A selva do Darién, na fronteira com a Colômbia, tornou-se um corredor para milhares de migrantes que tentam chegar aos Estados Unidos a partir da América do Sul.

Em 2023, mais de meio milhão de pessoas cruzaram a floresta, onde enfrentam perigos como rios caudalosos, animais selvagens e grupos criminosos que roubam, matam e estupram, relatam organizações internacionais.

Mulino havia dito na quinta-feira passada que "se a situação melhorar [na Venezuela], é possível deduzir que muito menos pessoas se aventurarão neste risco de atravessar a selva", mas "se a situação política piorar, o que é outro cenário, devemos nos preparar porque eu acredito que isso vai aumentar".

Em 1º de julho, Panamá e Estados Unidos assinaram um acordo pelo qual Washington se compromete a financiar com seis milhões de dólares (R$ 33,8 milhões) a deportação e expulsão de migrantes que cruzem o Darién a partir do país da América Central.

Mulino, entretanto, afirmou posteriormente que não planeja repatriar ninguém "à força".

Venezuelanos protestam pelo mundo

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