Países sul-americanos tentam coordenar medidas contra a crise global
Funcionários e especialistas consideram que as economias sul-americanas estão mais sólidas para responder às turbulências
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2011 às 11h12.
Buenos Aires - Os ministros da Economia da Unasul (União Sul-americana de Nações) se reunirão esta sexta-feira, em Buenos Aires, para coordenar respostas unificadas da região ante a crise global.
A reunião tem o objetivo de coordenar "medidas conjuntas, que sirvam como base para a construção de uma arquitetura financeira regional que consolide a solvência externa frente à instabilidade dos mercados internacionais", segundo o programa do encontro.
Os ministros se reunirão no âmbito dos efeitos da queda dos mercados, após a redução sobre a nota da dívida dos Estados Unidos, a primeira economia mundial, e em meio à crise de vários países da Europa.
"A fragilidade que o sistema político dos Estados Unidos demonstrou com o risco de default fragiliza seu papel na América Latina, potencializando a importância regional do Brasil e o papel da China no (campo) extrarregional", afirmou o consultor e analista político Rosendo Fraga, em declarações à AFP.
Funcionários e especialistas consideram que as economias sul-americanas estão mais sólidas para responder às turbulências provocadas pela queda dos mercados e a crise europeia, com um elevado nível de reservas acumuladas, embora possam sofrer certa desaceleração do crescimento, até agora em alta na região.
O desastre dos mercados e a crise em países da Europa "não constituem uma ameaça séria para a região. Pode haver uma leve contração no crescimento, mas as economias da região estão sólidas, em particular as mais importantes, Argentina e Brasil", disse por sua vez Mariano Peretti, analista da consultora Maxinver, à AFP.
"A situação na América Latina parece um sonho comparado com o que era vinte anos atrás", explicou à AFP aquele que foi chefe da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) entre 1995-2004, Rubens Ricupero.
A região acumula 500 bilhões de dólares em reservas internacionais, segundo a Cepal.
Ao descrever a situação nos países desenvolvidos, o ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, disse que a "América Latina tem um desempenho melhor do que o dos países avançados, que a Europa e os Estados Unidos, e queremos preservar isto, inclusive estreitando as relações entre nós, aproveitando melhor nossos mercados e nossas relações comerciais".
Neste contexto, outro tema crucial da reunião dos ministros dos 12 países sul-americanos é coordenar medidas financeiras entre seus Bancos Centrais para "o manejo e a mobilização das reservas internacionais", assim como "o fortalecimento da Cooperação Andina de Fomento (CAF) e o possível lançamento do Banco do Sul", segundo o programa do encontro.
"Se os países desenvolvidos deixassem de nos comprar, banquemo-nos (apoiemo-nos). Poderíamos formar um FMI (Fundo Monetário Internacional) latino-americano", disse Peretti sobre a possibilidade de formar um organismo de assistência financeira regional.
Antes da cúpula ministerial na capital argentina, o alto representante do Mercosul, o brasileiro Samuel Pinheiro Guimarães, disse que o bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai tem laços "mais profundos" do que entre os países da Unasul, formados por oito países da região.
"Vimos que a Unasul está promovendo isto para enfrentar a crise. Mas os vínculos econômicos, sociais e políticos entre os países do Mercosul são mais profundos entre os países da América do Sul", enfatizou.
"Então, temos uma responsabilidade ainda maior, porque temos vínculos muito mais estreitos", acrescentou.
Buenos Aires - Os ministros da Economia da Unasul (União Sul-americana de Nações) se reunirão esta sexta-feira, em Buenos Aires, para coordenar respostas unificadas da região ante a crise global.
A reunião tem o objetivo de coordenar "medidas conjuntas, que sirvam como base para a construção de uma arquitetura financeira regional que consolide a solvência externa frente à instabilidade dos mercados internacionais", segundo o programa do encontro.
Os ministros se reunirão no âmbito dos efeitos da queda dos mercados, após a redução sobre a nota da dívida dos Estados Unidos, a primeira economia mundial, e em meio à crise de vários países da Europa.
"A fragilidade que o sistema político dos Estados Unidos demonstrou com o risco de default fragiliza seu papel na América Latina, potencializando a importância regional do Brasil e o papel da China no (campo) extrarregional", afirmou o consultor e analista político Rosendo Fraga, em declarações à AFP.
Funcionários e especialistas consideram que as economias sul-americanas estão mais sólidas para responder às turbulências provocadas pela queda dos mercados e a crise europeia, com um elevado nível de reservas acumuladas, embora possam sofrer certa desaceleração do crescimento, até agora em alta na região.
O desastre dos mercados e a crise em países da Europa "não constituem uma ameaça séria para a região. Pode haver uma leve contração no crescimento, mas as economias da região estão sólidas, em particular as mais importantes, Argentina e Brasil", disse por sua vez Mariano Peretti, analista da consultora Maxinver, à AFP.
"A situação na América Latina parece um sonho comparado com o que era vinte anos atrás", explicou à AFP aquele que foi chefe da Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) entre 1995-2004, Rubens Ricupero.
A região acumula 500 bilhões de dólares em reservas internacionais, segundo a Cepal.
Ao descrever a situação nos países desenvolvidos, o ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, disse que a "América Latina tem um desempenho melhor do que o dos países avançados, que a Europa e os Estados Unidos, e queremos preservar isto, inclusive estreitando as relações entre nós, aproveitando melhor nossos mercados e nossas relações comerciais".
Neste contexto, outro tema crucial da reunião dos ministros dos 12 países sul-americanos é coordenar medidas financeiras entre seus Bancos Centrais para "o manejo e a mobilização das reservas internacionais", assim como "o fortalecimento da Cooperação Andina de Fomento (CAF) e o possível lançamento do Banco do Sul", segundo o programa do encontro.
"Se os países desenvolvidos deixassem de nos comprar, banquemo-nos (apoiemo-nos). Poderíamos formar um FMI (Fundo Monetário Internacional) latino-americano", disse Peretti sobre a possibilidade de formar um organismo de assistência financeira regional.
Antes da cúpula ministerial na capital argentina, o alto representante do Mercosul, o brasileiro Samuel Pinheiro Guimarães, disse que o bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai tem laços "mais profundos" do que entre os países da Unasul, formados por oito países da região.
"Vimos que a Unasul está promovendo isto para enfrentar a crise. Mas os vínculos econômicos, sociais e políticos entre os países do Mercosul são mais profundos entre os países da América do Sul", enfatizou.
"Então, temos uma responsabilidade ainda maior, porque temos vínculos muito mais estreitos", acrescentou.