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Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2010 às 11h16.
Moscou - França, Itália e outros países europeus aumentaram hoje sua ajuda à Rússia para controlar os incêndios florestais que devastaram o centro do país e mantêm Moscou sitiada.
O primeiro-ministro francês, François Fillon, e o italiano, Silvio Berlusconi, entraram em contato com o chefe do Governo russo, Vladimir Putin, para anunciar o envio adicional de aviões e equipes de combate a incêndios, informou o serviço de imprensa do Executivo.
Roma ofereceu vários aviões, além dos dois destinados à Rússia anteriormente, enquanto Paris disponibilizou uma aeronave, 37 caminhões de bombeiros, 15 bombas de água de alta pressão e uma unidade de 120 socorristas.
Além disso, a Polônia anunciou que um grupo de 155 bombeiros viajou à Rússia para colaborar nos trabalhos de extinção dos incêndios florestais, que já mataram 52 pessoas.
Durante a semana, Alemanha e Bulgária também ofereceram ajuda e enviaram à Rússia aviões, helicópteros, equipes e bombeiros, assim como Ucrânia, Azerbaijão, Armênia, Cazaquistão, Belarus e outros países.
O Ministério de Emergências da Rússia informou hoje que o número de incêndios florestais na parte europeia do país diminuiu de sábado para domingo de 577 para 554 focos, e que também foi reduzida a superfície afetada, para pouco mais de 190 mil hectares.
"A situação com os incêndios no país é complicada, mas seguimos uma tendência positiva", disse à agência oficial "RIA Novosti" a porta-voz do ministério, Tatiana Andrianova.
A funcionária disse que nas últimas 24 horas 269 novos focos de incêndio surgiram no país e que 276 foram apagados.
Segundo o boletim oficial, desde o começo da onda de calor e dos incêndios no país foram registrados 25.600 focos em uma área total de mais de 744 mil hectares.
Segundo o Ministério de Emergências, encarregado de combater os incêndios com ajuda do Exército, 161.800 pessoas participam nos trabalhos de extinção do fogo em todo o país, além de sete mil soldados e milhares de voluntários.
Do total dos incêndios, 22 foram registrados na região de Moscou, que hoje segue coberta por uma espessa camada de fumaça e ainda é afetada pela onda de calor, com uma temperatura de mais de 34 graus.
O centro de crise da região afirmou que, pela primeira vez em duas semanas, foi possível "estabilizar a situação" graças à mobilização adicional de mil de bombeiros, que conseguiram bombear água durante 24 horas para alguns focos de incêndio.
A concentração de substâncias tóxicas no ar da capital russa superava hoje as normas sanitárias em 3,4 vezes, enquanto no sábado chegava a quase sete, e a visibilidade nas ruas era de 300 a 400 metros, o que dificulta o trânsito.
Os aeroportos da capital russa também continuam com problemas. Voos foram desviados e a saída de muitos, atrasada, deixando mais de duas mil pessoas presas nos terminais.
Vários países europeus iniciaram este fim de semana a retirada parcial dos funcionários de suas embaixadas e de seus familiares e recomendaram seus cidadãos a não viajarem a Moscou e às zonas afetadas pelos incêndios.
O Ministério da Saúde russo recomenda os moradores da capital a não sair às rua nem abrir as janelas, utilizar mascaras - que já estão em falta nas farmácias -, não fazer esforços físicos, beber muito água e evitar o álcool e o tabaco.
Fontes médicas afirmam que o duplo impacto da fumaça e do calor aumentou em quase um terço os casos mortais entre pessoas com doenças cardiovasculares e problemas de hipertensão.
Segundo as previsões, a onda de calor continuará em Moscou e na parte europeia da Rússia até o meio da semana que vem, quando espera-se uma mudança dos ventos e uma queda nas temperaturas.