Refugiados: desde que explodiu a crise, os países criticaram falta de coordenação para impedir a entrada incontrolada de refugiados (Darrin Zammit Lupi / Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2016 às 11h03.
Praga - Os primeiros-ministros de quatro países do Leste da Europa se reúnem nesta segunda-feira em Praga com líderes da Macedônia e Bulgária com o objetivo de isolar a Grécia da chamada "rota dos Bálcãs", pela qual chegam diariamente milhares de refugiados do Oriente Médio à Europa Central.
Na cúpula participam o primeiro-ministro tcheco, Bohuslav Sobotka; a polonesa Beata Szydlova; o húngaro Viktor Orbán; e o eslovaco Robert Fico.
Estarão presentes como convidados o primeiro-ministro búlgaro, Bojko Borisov, e o presidente da Macedônia, Gjorge Ivanov.
Esta rota passa pela Grécia, Macedônia, Sérvia, Croácia e Eslovênia para chegar à Áustria e dali à Alemanha, o principal destino dos refugiados.
O caminho foi utilizado no ano passado por mais de um milhão de refugiados que fogem da guerra na Síria, Iraque e Afeganistão, embora também por dezenas de milhares de supostos imigrantes ilegais.
A Macedônia começou a reforçar sua cerca fronteiriça de 37 quilômetros ao norte da Grécia, elevando uma paralela à existente, vigiada por patrulhas internacionais.
Policiais da República Tcheca, Polônia, Eslováquia e Hungria, que formam o chamado grupo de Visegrado (V4), ajudam na vigilância dessa fronteira junto com policiais da Sérvia, Croácia, Eslovênia e Áustria.
Desde que explodiu a crise migratória, os quatro membros do V4, todos membros da UE, criticaram a falta de coordenação comunitária para impedir a entrada incontrolada de refugiados e imigrantes pelo sudeste da Europa.
Além disso, existe consenso no seio do V4 de que a Grécia não cumpre com seus compromissos para proteger as fronteiras exteriores do espaço de Schengen, de livre circulação comunitária.
A reunião de hoje, que ocorre a poucos dias de uma cúpula europeia fundamental para a crise migratória, poderá reduzir por algum tempo a pressão imigratória, embora não solucione a origem do problema, afirma hoje em comunicado o diretor do instituto "European Values", Radko Hokovsky.
Por outro lado, o analista tcheco diz que as medidas estipuladas em Praga podem desviar o fluxo migratório para o Mediterrâneo Central, pela Itália, ou parcialmente através do Mar Negro.