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Países do G7 debaterão táticas para combater conteúdo terrorista na rede

Próximo encontro dos líderes do grupo ocorre em agosto, na França

Líderes das maiores economias do mundo no último encontro do G7, em 2018, no Canadá (Christinne Muschi/Reuters)

Líderes das maiores economias do mundo no último encontro do G7, em 2018, no Canadá (Christinne Muschi/Reuters)

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EFE

Publicado em 3 de abril de 2019 às 17h40.

Última atualização em 3 de abril de 2019 às 17h43.

Paris — A luta contra a divulgação de conteúdos terroristas pela internet será um dos temas centrais da próxima cúpula do G7 que ocorrerá na cidade de Biarritz, na França, no fim de agosto, e que também será debatida a partir desta quinta-feira, 4, em Paris pelos ministros do Interior dos países-membros do grupo.

A França, que preside o G7 desde janeiro, quer envolver as principais empresas da internet — Google, Apple, Facebook e Amazon — nas discussões, e algumas delas estão convidadas para a reunião.

As imagens do recente atentado terrorista em Christchurch, na Nova Zelândia, atribuído a um militante supremacista de extrema direita, mostram que a internet não é só usada por terroristas islamitas e que não há um esforço conjunto para conter a divulgação desse tipo de conteúdo na rede mundial de computadores.

Por esse motivo, o governo da França quer aprofundar a coordenação entre os países do G7 e envolver representantes das quatro empresas citadas nos esforços para combater esses conteúdos.

No entanto, não há consenso sobre as táticas que devem ser adotadas. Enquanto os Estados Unidos preferem incentivar as empresas a retirar esses conteúdos da internet, França, Alemanha e Reino Unido preferem criar uma legislação que obrigue as empresas a atuar.

Uma proposta da Comissão Europeia, atualmente em discussão na Eurocâmara preocupa pelo risco que a legislação pode representar para a liberdade de expressão na internet.

Além dessa questão, os ministros de Interior do G7 debaterão o uso que esses grupos terroristas fazem das redes para se comunicar e para reivindicar a autoria de ataques cometidos por eles.

Outros temas são a obrigatoriedade da retirada desses conteúdos dos servidores e a criação de um sistema para identificá-los, uma espécie de "código de barras", o que facilitaria o bloqueio.

Os ministros debaterão também o retorno dos ex-combatentes estrangeiros do Estado Islâmico (EI), considerando que o grupo terrorista perdeu seu último reduto territorial na Síria.

A questão divide franceses e americanos. Enquanto a Casa Branca quer que cada país repatrie seus cidadãos para julgá-los, o governo de Emmanuel Macron prefere que eles sejam processados na região.

Os dois países concordam, porem, que é preciso lidar com o problema para que esses ex-combatentes não voltem de forma desordenada, o que pode trazer riscos, ou se reagrupem em outras regiões, como o Sahel ou o Iêmen.

A imigração será outro tema espinhoso que será discutido no encontro desta quinta-feira, com especial atenção para a luta contra os traficantes de pessoas, tanto no mar Mediterrâneo como na fronteira sul dos Estados Unidos.

Os ministros discutirão formas de ajudar os países de origem desses imigrantes e aqueles que estão no caminho para tentar desarticular essas redes de tráfico de imigrantes.

A França também incluiu na agenda da reunião uma reflexão sobre a luta contra a criminalidade ecológica. O objetivo é debater o desmatamento ilegal e a proteção dos ambientes ameaçados.

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