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Países atingidos por ebola pedem mais ajuda

Nações e entidades criticaram a OMS dizendo que é preciso agir mais para salvar as vítimas ameaçadas pela doença e pela fome

Funcionários de funerária em Serra Leoa transportam o corpo de vítima do ebola (Carl de Souza/AFP)
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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2014 às 21h37.

Genebra/Freetown - Duas nações do oeste da África e uma instituição médica de caridade que combatem a pior epidemia de ebola da história criticaram a Organização Mundial da Saúde ( OMS ) nesta sexta-feira por sua reação lenta, dizendo que é preciso agir mais para salvar as vítimas ameaçadas pela doença e pela fome.

Com o saldo de mortes em mais de mil pessoas e aumentando, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) está sendo questionada sobre o tempo que levou para declarar o surto, que já dura meses, como “emergência de saúde pública internacional”, o que fez no dia 8 de agosto.

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Os Médicos Sem Fronteiras (MSF), um dos grupos mais ativos no combate ao ebola, afirmou que sua disseminação criou uma “situação de guerra” nos países mais afetados – Serra Leoa, Libéria e Guiné. A Nigéria também enfrenta um surto menor e separado.

O presidente de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, disse que os dois únicos centros de tratamento de seu país estão “esgotados”.

Na vizinha Libéria, o ministro da Informação, Lewis Brown, afirmou que as áres rurais atingidas pelo ebola sob quarentena de tropas sofrem com a carência de alimentos e que comunicou essa mensagem à OMS, que coordena os esforços internacionais para tentar controlar a doença.

A entidade informou nesta sexta-feira que o saldo de mortes pela epidemia, revelada em março na Guiné, subiu para 1.145, já que 76 novas mortes foram relatadas em dois dias até 13 de agosto nas quatro nações afetadas até o momento.

O temor do vírus, que causa febre, vômitos e, em sua forma avançada, hemorrogia intensa e falência de órgãos, está prejudicando os negócios na África e ameaça manchar a imagem do continente como força econômica ascendente.

Brown disse que a Libéria, que assim como Serra Leoa e Guinéa mobilizou tropas para isolar uma zona fronteiriça comum aos três países que concentra a maior parte dos casos de ebola, também precisa de mais ajuda e de funcionários de saúde.

Na quinta-feira, a OMS disse que seus funcionários viram provas de que o número de casos relatados e de mortes subestimaram imensamente a escala do contágio e que irá coordenar “uma escalada de grande porte da reação internacional”.

Reação

A presidente do MSF, Joanne Liu, comparou o atual surto de ebola a uma situação “de tempos de guerra”. “É como um fronte de batalha, está se movendo, avançando, mas não fazemos ideia de como irá se espalhar”.

Ela ainda afirmou que a OMS precisa “mostrar liderança” e que mais especialistas são necessários com urgência nos locais afetados. “Acho que acordaram tarde demais”, declarou Liu.

A Libéria solicitou ajuda alimentar de emergência de doadores. Agências internacionais estão estudando a entrega de alimentos a pessoas na Libéria e em Serra Leoa isoladas do mundo, relatou uma autoridade do Banco Mundial.

Serra Leoa declarou o ebola uma emergência nacional, assim como a Libéria, que espera que dois de seus médicos diagnosticados com a doença possam iniciar o tratamento com o suprimento limitado da droga experimental ZMapp. A OMS afirmou ter saudado a decisão do governo canadense de doar várias centenas de doses de uma vacina experimental para ajudar na reação ao surto.

A empresa farmacêutica canadense Tekmira Pharmaceuticals Corp também estuda fabricar mais doses de seu tratamento experimental do ebola, informou seu executivo-chefe, Mark Murray.

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