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Otan só intervirá na Líbia com mandado legal e apoio da região

Entre as opções discutidas pela entidade estão a criação de uma zona de exclusão aérea e de um corredor humanitário e um bloqueio marítimo para impedir a entrada de armas

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, não esclareceu se precisa da autorização da ONU (Sean Gallup/Getty Images)

O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, não esclareceu se precisa da autorização da ONU (Sean Gallup/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de março de 2011 às 13h32.

Bruxelas - O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, deixou claro nesta quinta-feira que a organização só iniciará uma ação na Líbia se cumprirem três requisitos: uma necessidade demonstrável para intervenção, a existência de um marco legal claro e o apoio firme dos países da região.

Rasmussen se expressou assim na abertura da reunião de ministros da Defesa aliados realizada nesta quinta-feira e sexta-feira em Bruxelas, na qual os 28 sócios membros estudarão as possibilidades de atuação militar no país norte-africano.

Entre elas, segundo fontes diplomáticas, figura a possível imposição de uma zona de exclusão aérea, um bloqueio marítimo à entrada de armas e a criação de um corredor para fornecer ajuda humanitária.

Rasmussen assegurou que a Otan está "vigiando muito de perto" o que ocorre na Líbia e considera que, como já assinalou o Conselho de Segurança das Nações Unidas, os ataques "sistemáticos e generalizados" do regime de Muammar Kadafi contra a população "poderiam constituir crimes contra a humanidade".

"Encarregamos nossas autoridades militares de trabalhar em um leque de opções para ver como podemos apoiar os esforços internacionais, por exemplo em assistência humanitária. Mas estamos prontos para considerar outras opções se é necessário e vamos discutir essas áreas hoje", assinalou Rasmussen.

O secretário-geral estudará com os ministros esse planejamento que os especialistas estão realizando para que a Aliança esteja pronta caso finalmente se decidir uma intervenção.

Rasmussen explicou que nesta quinta-feira não se tomarão decisões sobre uma possível atuação e insistiu que para lançar qualquer ação aliada terão que cumprir os três princípios assinalados, que passam por uma "necessidade demonstrável" de intervenção, por contar com uma "base legal clara" e com um "firme apoio regional".

Os poucos ministros que fizeram hoje declarações a sua chegada à reunião sublinharam que todos os aliados estão de acordo nessas condições.

Não quiseram especificar, no entanto, se a menção a uma base legal sólida requereria necessariamente de um mandado do Conselho de Segurança da ONU para, por exemplo, impor uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, com a qual se pretenderia impedir a Kadafi bombardear à população.

Uma resolução das Nações Unidas requereria a autorização de países como China e Rússia à operação militar, que incluiria ataques internacionais para destruir as defesas aéreas líbias e evitar que derrubassem os aviões de vigilância, segundo advertiu o Governo dos Estados Unidos.

Por enquanto, a Otan reforçou sua vigilância aérea na Líbia, ampliando às 24 horas do dia os voos dos aviões AWACS, que controlam movimentos a grande distância.

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