Órgão cobra solução dos EUA para mais de 400 menores separados dos pais
Após ordem judicial, governo reunificou aos pais ou representantes 1.820 menores imigrantes com idades de 5 a 18 anos em um prazo que venceu em 26 de julho
EFE
Publicado em 30 de julho de 2018 às 15h34.
Panamá - O Centro de Justiça e Direito Internacional (Cejil) declarou nesta segunda-feira que desconhece o que os Estados Unidos farão com mais de 400 crianças cujos pais migrantes ilegais foram deportados, e exigiu que essa situação seja resolvida "guiando-se pelo interesse" dos menores de idade.
Em comunicado enviado à Agência Efe, o diretor do Cejil para o Caribe, Região Andina e América do Norte, Francisco Quintana, disse que "ainda falta determinar o que será feito com as mais de 400 crianças que foram separadas dos parentes que foram regressados aos países de origem" como parte da política de "tolerância zero" do governo do presidente Donald Trump .
"Não se sabe a rota que os Estados Unidos tomarão com estas crianças. É imperativo que o Estado resolva esta situação imediatamente, guiando-se pelo interesse da criança", comentou Quintana.
O governo de Trump iniciou em abril as polêmicas medidas de "tolerância zero" contra a imigração e separou cerca de 3.000 menores dos pais, nas essa política foi suspensa em meados de junho devido às enormes críticas recebidas.
Após uma ordem judicial, o governo reunificou aos pais ou representantes 1.820 menores imigrantes com idades de 5 a 18 anos em um prazo que venceu no dia 26 de julho, segundo confirmou um dia depois o juiz Dana Sabraw em um tribunal de San Diego, na Califórnia.
Nessa sessão judicial da sexta-feira passada, os advogados do Departamento de Justiça informaram que 650 menores ainda não são elegíveis para serem entregues aos pais, entre os quais há 431 filhos de pessoas que foram deportadas ou que não conseguiram ser contatadas após saírem da custódia do Escritório de Imigração e Alfândegas (ICE).
"A situação da infância migrante continua sendo extremamente preocupante. A separação de crianças dos pais e mães, evidenciada através de imagens duríssimas, gravações e depoimentos, foi horrorizante e denegriu a imagem dos Estados Unidos", disse nesta segunda-feira o diretor regional do Cejil.