Cabul - A morte de milhares de civis por forças americanas no Afeganistão não foi reparada com justiça ou indenização às famílias, criticou nesta segunda-feira a Anistia Internacional (AI) em um relatório, antes da retirada militar dos Estados Unidos .
O documento aponta ter reunido provas "de um sistema de justiça militar americano com muitas falhas que permite uma cultura de impunidade".
Milhares de civis morreram ou ficaram feridos em operações da Força Internacional de Assistência à Segurança da Otan (Isaf), presente desde 2001 no Afeganistão.
O presidente afegão, Hamid Karzai, responsabilizou com frequência as forças americanas pelas vítimas civis, enquanto a Otan afirma que leva muito a sério estas acusações e que as estuda caso a caso.
Os investigadores da AI entrevistaram 125 afegãos que tinham informações de primeira mão sobre 16 ataques que deixaram vítimas civis e reuniram dados de outros 97 incidentes ocorridos desde 2007.
"Depois de cada incidente no qual morrem civis pelas mãos das forças americanas, (os Estados Unidos devem) garantir, quando existirem provas admissíveis suficientes, que os suspeitos sejam julgados", afirma o documento intitulado "Abandonados na escuridão".
O relatório detalha, por exemplo, um bombardeio americano de 2012 nas montanhas da província oriental de Laghman, onde mulheres estavam recolhendo lenha.
Sete mulheres e meninas morreram e outras sete ficaram feridas.
Ghulam Noor, que perdeu no ataque a filha de 16 anos, Bibi Halimi, levou os corpos a um centro da Otan depois de ouvir que a coalizão garantia ter matado apenas insurgentes.
"Tivemos que mostrar a eles que mulheres haviam morrido", declarou à Anistia Internacional.
"Não tenho nenhum poder para pedir às forças internacionais quem fez isso. Não posso levá-los à justiça", lamentou Noor.
A Anistia afirma que os aldeões entraram com processos ante o governador provincial, mas que as forças internacionais no Afeganistão não podem ser julgadas pela lei afegã e que nunca ninguém contactou as famílias para investigar o ataque.
- 1. O fim dos Estados Unidos como o conhecemos?
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- 2. Cidadania americana
2 /10(Ali al-Saadi/AFP)
Em 2013, 2999 cidadãos americanos renunciaram a sua cidadania, o maior número da história e um aumento de 753% em relação a 1998Entre 2012 e 2013, o salto foi gigantesco: de 932 para 2999.Fonte:
Treasury Department/PolicyMic - 3. Mais idas que vindas
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Em 2012, 8 países receberam mais americanos que mandaram seus cidadãos para os EUA, entre eles Brasil, China, Austrália e Chile.Em 2011, esse “déficit” só tinha ocorrido com 4 países.Fonte:
UniGroup Relocation/Business Insider - 4. Sem religião
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Em 1990, 7,7% diziam não ter nenhuma afiliação religiosa. Em 2012, essa porcentagem chegou a 19,7%. Entre jovens de 18 a 24 anos, 1 entre 3 se diz sem religião. Entre os que se dizem liberais, essa porcentagem chega a 40%. Em 1972, apenas
1 entre 20 não tinha religião. Em 2013,
1 entre 5. Fonte:
General Social Survey - 5. O melhor país do mundo
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50% dos americanos de 65 anos ou mais acreditam que nenhum país é melhor que os EUA.Entre os jovens de 18 a 29 anos, essa porcentagem cai para 27%. 12% deles acreditam que há outras nações melhores.Fonte:
Pew Research Center (2011) - 6. Orgulho da América
6 /10(Stock.xchng)
2 entre 3 idosos nos EUA dizem ter “extremos orgulho da América”. Apenas 2 entre 5 jovens dizem o mesmo. Americanos acima de 50 anos são mais propensos que os europeus (superando-os em 15 pontos percentuais) a falar que “a cultura americana” é superior. Entre os jovens americanos, é ao contrário: são menos propensos que os europeus em afirmar isso. Fonte:
Public Religion Research Institute - 7. Determinismo americano
7 /10(Jewel Samad/AFP)
Os americanos sempre alimentaram a noção de que, não importando o meio, você poderia vencer e ser rico. Os jovens não pensam assim: eles são mais propensos que os adultos (14 pontos mais) a dizer que, nos EUA, a riqueza se deve mais ao “berço e aos contatos certos” que “ao trabalho, ambição e educação”. Fonte:
Pew Research - 8. Capitalismo x Socialismo
8 /10(Joe Raedle/Getty Images)
Os adultos dizem preferir o capitalismo ao socialismo com uma vantagem de 27 pontos percentuais. Já os jovens por pouco não preferiram o socialismo em sua maioria.Em 2003, os americanos concordavam mais com a afirmação “o livre-mercado é o melhor sistema” que italianos, alemães ou britânicos. Em 2010,
a situação se inverteu. Fonte: Pew Research e GlobeScan
- 9. Senhores das armas
9 /10(Chung Sung-Jun/Getty Images)
Os adultos americanos acreditam muito mais que os adultos britânicos que o seu país não precisa de aprovação da ONU para ir à guerra (29 pontos percentuais acima). Entre os jovens essa diferença é de apenas 8 pontos percentuais. Jovens americanos
concordam mais com a afirmação "os EUA devem levar os interesses de seus aliados em conta, mesmo que isso comprometa o interesse americano" que os americanos mais velhos (23 pontos percentuais acima). Eles também são muito mais favoráveis à ONU que os mais velhos (24 pontos percentuais acima).
- 10. Entenda mais sobre as mudanças nos EUA
10 /10(Alex Wong/Getty Images)