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Oposição venezuelana volta ao diálogo com "solução eleitoral"

"Nós vamos a essa mesa, em primeiríssimo lugar, para buscar uma solução eleitoral para a crise", afirmou o o secretário-executivo da aliança opositora MUD

Venezuela: o porta-voz da MUD assegurou que, se não houver novas eleições, "o país vai explodir" (Christian Veron/Reuters)
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EFE

Publicado em 11 de novembro de 2016 às 21h34.

Caracas - A oposição da Venezuela garantiu nesta sexta-feira que comparecerá durante a tarde à segunda reunião plenária da mesa de diálogo com representantes do governo do presidente Nicolás Maduro com o objetivo de buscar, em primeiro lugar, uma "solução eleitoral" para a crise que atravessa o país sul-americano.

"Nós vamos a essa mesa, em primeiríssimo lugar, para buscar uma solução eleitoral para a crise (...) e não é porque um tema é mais importante que outros, mas é a garantia que todos os demais serão resolvidos", afirmou o secretário-executivo da aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba.

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Em seu programa de rádio, o opositor explicou que a primeira "solução" seria a reativação do processo para um referendo revogatório presidencial, um mecanismo que foi suspenso pelo Poder Eleitoral dias antes de a MUD tentar cumprir o último de seus requisitos.

No entanto, Torrealba acredita que um acordo político para antecipar as eleições presidenciais, previstas para 2018, também poderia surgir da mesa de negociações.

"Podemos fazer isso de maneira extremamente veloz com uma emenda referendada pelo povo", acrescentou o político opositor.

O porta-voz da MUD assegurou que, se não houver novas eleições, "o país vai explodir", o que, segundo ele, seria um cenário "nefasto para todos os venezuelanos e para toda a região".

As outras exigências da MUD são a libertação de opositores presos, que são considerados por eles como presos políticos, o respeito ao parlamento, que é controlado pela oposição, e a abertura de um canal humanitário para a entrada de remédios e alimentos que estão escassos na Venezuela.

Por outro lado, Torrealba desprezou as posições que, como a do partido Vontade Popular, questionam o fato de a MUD ter aceitado dialogar com o governo mesmo sem condições devido à crise política.

"Se aqui não ocorressem essas situações, e todas as ações negativas nas quais incorre o governo, não haveria necessidade de dialogar. O diálogo é de democratas", acrescentou o opositor que se disse obrigado a participar das conversas para procurar uma solução pacífica para a crise.

Torrealba reiterou que hoje termina a trégua de desmobilização solicitada pelos mediadores do diálogo - o Vaticano e a União de Nações Sul-americanas (Unasul) - e afirmou que a oposição trabalhará em uma agenda de rua que seja "sustentável" para o país e "insuportável" para o governo.

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