Oposição síria pede que cessar-fogo seja "global, e não parcial"
A comissão deu as boas-vindas ao acordo do cessar-fogo, mas lembrou que outras cessações de hostilidades foram violadas anteriormente
EFE
Publicado em 29 de dezembro de 2016 às 13h38.
Riad - A Comissão Suprema para as Negociações (CSN), principal aliança opositora síria , ressaltou nesta quinta-feira a importância de o cessar-fogo ser "global e não parcial", disse à Agência Efe seu porta-voz, Riad Nasan Agha.
A comissão deu as boas-vindas ao acordo do cessar-fogo, mas lembrou que outras cessações de hostilidades foram violadas anteriormente pelo regime sírio, pelo Irã e, inclusive, pela Rússia.
O Exército sírio anunciou nesta quinta-feira um cessar-fogo em todo o território nacional a partir da meia-noite (hora-local; 19h em Brasília), segundo a agência oficial "Sana".
Nasan Aga afirmou que o cessar-fogo vai de acordo com os artigos da resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU, emitida em dezembro do ano passado, e que tem como finalidade alcançar uma solução política para a Síria.
Para o porta-voz da CSN, a paralisação dos ataques deve estar acompanhado do "fim dos bloqueios, libertação dos presos políticos e entrada da ajuda humanitária" no país.
A Comissão, no entanto, deixa claro que considera o cessar-fogo e o fim dos ataques contra os civis "passos importantes" para que se encerre o conflito sírio.
Por outro lado, a Coalizão Nacional Síria (CNFROS), principal órgão político da oposição no exterior, divulgou comunicado, em que celebra os esforços da "irmã Turquia" e pede a todas as partes que trabalhem para que o cessar-fogo seja bem-sucedido.
A oposição garantiuque o Exército Livre Sírio (ELS) vai se comprometer com a trégua, embora responderá a qualquer violação "cometida pelas milícias do Irã e de Bashar al Assad, como ocorreu em casos anteriores".
O cessar-fogo geral na Síria, negociado com mediação de Turquia e Rússia entre o governo e os grupos rebeldes, abrangerá grupos terroristas reconhecidos como tais pela ONU, como é o caso do Estado Islâmico (EI), segundo um comunicado do governo turco.
A Turquia apoiará este processo, na esperança que "em pouco tempo", o regime e a oposição síria se reunirão em Astana, capital do Cazaquistão, segundo comunicado. EFE