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Oposição russa aumenta denúncias de fraude eleitoral contra Putin

Dentro de alguns dias, cerca de mil denúncias de fraude eleitoral serão apresentadas nos tribunais

Entre outras irregularidades, os opositores denunciaram pressões sobre servidores públicos para que votassem em Putin (Oleg Nikishin/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2012 às 13h35.

Moscou, 10 mar (EFE).- A oposição russa apresentou neste sábado a milhares de manifestantes mais denúncias de fraude nas eleições presidenciais da semana passada, em um novo protesto contra Vladimir Putin, que, embora alvo de críticas, recebeu o apoio do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

'Dentro de alguns dias, cerca de mil denúncias de fraude eleitoral serão apresentadas nos tribunais', afirmou o político opositor Vladimir Richkov durante um comício na avenida Novo Arbat, em Moscou. 'Conseguiremos a realização de eleições parlamentares antecipadas dentro de um ano e as presidenciais dentro de dois'.

Como se temia, a oposição de fora do Parlamento perdeu o poder de convocação desde as eleições de dezembro, como reflete o protesto deste sábado, que contou com cerca de 10 mil pessoas, segundo a Polícia, e pouco mais do dobro, segundo os organizadores, embora a ambição inicial fosse de 50 mil.

'O mais importante é que o povo sai às ruas pela sexta vez. E isso não é casualidade', assinalou Richkov ante os manifestantes que levavam bandeiras e cartazes para se recusar a reconhecer Putin como legítimo presidente eleito.

O comício teve a presença de observadores eleitorais, que expuseram numerosos casos de fraude durante a votação, na qual Putin, atual primeiro-ministro, obteve 63,60% dos votos já no primeiro turno.

Entre outras irregularidades, os opositores denunciaram pressões sobre servidores públicos para que votassem em Putin, urnas itinerantes, manipulação de protocolos e os famosos 'carrosséis', quando um grupo de pessoas vota repetidamente em diferentes centros de votação.

'Houve carrosséis de fazer inveja até para a Disneylândia. Mas isso não era um parque de atrações, e sim um parque de humilhação', disse o ator e diretor teatral Maxim Vitorgan, em declarações repercutidas pelas agências de notícias russas.

O analista político Dmitri Oreshkin disse que Putin não obteve nem 40% dos votos em Moscou, embora a Comissão Eleitoral Central (CEC) tenha registrado quase 47% de apoio dos eleitores da capital russa em favor ao atual primeiro-ministro.

Em São Petersburgo, segunda maior cidade do país, Oreshkin afirmou que a CEC 'acrescentou uns 300 votos por colégio eleitoral', o que elevaria em 100 mil o número de votos a Putin.

Enquanto isso, Vladimir Putin, que até agora havia recebido cumprimentos de líderes como o venezuelano Hugo Chávez e o sírio Bashar al-Assad, foi parabenizado neste sábado pelo presidente americano, Barack Obama.

Obama felicitou Putin pela vitória eleitoral, destacou as conquistas alcançadas durante o mandato do atual presidente russo, Dmitri Medvedev (2008-2012) e abordou os passos para relançar a cooperação bilateral EUA-Rússia.

Na sexta-feira, veteranos ativistas russos de direitos humanos haviam classificado como 'insulto' as afirmações da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, de que 'as eleições russas tiveram um vencedor claro'.

Após o pleito parlamentar de dezembro passado, os EUA tinham reagido de uma forma radicalmente diferente à de agora, ao denunciar fraudes e manifestar apoio à oposição, o que levou Putin a acusar Hillary de instigar os protestos antigovernamentais.

Por isso, alguns políticos liberais russos, cientes de que a maior onda de protestos desde a queda da União Soviética estava perdendo fôlego, defendem a organização dos oposicionistas em comitês, para assim explicar mais detalhadamente ao povo suas reivindicações de reforma política e preparar uma nova estratégia de pressão sobre o Kremlin.

A popular apresentadora de televisão Kseniya Sobchak pediu neste sábado aos opositores que elaborem um programa construtivo, criem novos partidos e se integrarem no partido que está prestes a ser fundado pelo magnata Mikhail Prokhorov, o terceiro candidato mais votado no pleito da semana passada.

Enquanto isso, o líder do grupo radical Frente de Esquerda, Sergei Udaltsov, que foi novamente detido neste sábado - assim como dezenas de opositores em Moscou e São Petersburgo -, propôs congregar 1 milhão de pessoas no dia 1º de maio, o que semeou incredulidade entre as alas opositoras.

'Só as ruas podem mudar os governantes. Só as massas. Não temos outra saída. Por isso lutamos, sairemos à ruas até derrocá-los', declarou Udaltsov.

Ele propôs ainda, caso os protestos não deem resultados, métodos mais radicais como greve, desobediência civil e barracas de acampamento ao estilo da Revolução Laranja ucraniana, que conseguiu forçar a repetição das eleições presidenciais em 2004 após denúncias de fraude.

Cada vez mais são os opositores que põem em dúvida os métodos de Udaltsov, acusado de dirigir o movimento de protesto a um beco sem saída, afugentando a pacífica classe média, principal reduto opositor dos descontentes com o 'Putinismo'.

O próprio Putin - cujo mandato como presidente expira em 2018, mas com possibilidade de reeleição - admitiu a existência de algumas irregularidades no pleito. No entanto, ele considera incontestável sua vitória e tomará posse do novo cargo em maio. EFE

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Moscou, 10 mar (EFE).- A oposição russa apresentou neste sábado a milhares de manifestantes mais denúncias de fraude nas eleições presidenciais da semana passada, em um novo protesto contra Vladimir Putin, que, embora alvo de críticas, recebeu o apoio do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

'Dentro de alguns dias, cerca de mil denúncias de fraude eleitoral serão apresentadas nos tribunais', afirmou o político opositor Vladimir Richkov durante um comício na avenida Novo Arbat, em Moscou. 'Conseguiremos a realização de eleições parlamentares antecipadas dentro de um ano e as presidenciais dentro de dois'.

Como se temia, a oposição de fora do Parlamento perdeu o poder de convocação desde as eleições de dezembro, como reflete o protesto deste sábado, que contou com cerca de 10 mil pessoas, segundo a Polícia, e pouco mais do dobro, segundo os organizadores, embora a ambição inicial fosse de 50 mil.

'O mais importante é que o povo sai às ruas pela sexta vez. E isso não é casualidade', assinalou Richkov ante os manifestantes que levavam bandeiras e cartazes para se recusar a reconhecer Putin como legítimo presidente eleito.

O comício teve a presença de observadores eleitorais, que expuseram numerosos casos de fraude durante a votação, na qual Putin, atual primeiro-ministro, obteve 63,60% dos votos já no primeiro turno.

Entre outras irregularidades, os opositores denunciaram pressões sobre servidores públicos para que votassem em Putin, urnas itinerantes, manipulação de protocolos e os famosos 'carrosséis', quando um grupo de pessoas vota repetidamente em diferentes centros de votação.

'Houve carrosséis de fazer inveja até para a Disneylândia. Mas isso não era um parque de atrações, e sim um parque de humilhação', disse o ator e diretor teatral Maxim Vitorgan, em declarações repercutidas pelas agências de notícias russas.

O analista político Dmitri Oreshkin disse que Putin não obteve nem 40% dos votos em Moscou, embora a Comissão Eleitoral Central (CEC) tenha registrado quase 47% de apoio dos eleitores da capital russa em favor ao atual primeiro-ministro.

Em São Petersburgo, segunda maior cidade do país, Oreshkin afirmou que a CEC 'acrescentou uns 300 votos por colégio eleitoral', o que elevaria em 100 mil o número de votos a Putin.

Enquanto isso, Vladimir Putin, que até agora havia recebido cumprimentos de líderes como o venezuelano Hugo Chávez e o sírio Bashar al-Assad, foi parabenizado neste sábado pelo presidente americano, Barack Obama.

Obama felicitou Putin pela vitória eleitoral, destacou as conquistas alcançadas durante o mandato do atual presidente russo, Dmitri Medvedev (2008-2012) e abordou os passos para relançar a cooperação bilateral EUA-Rússia.

Na sexta-feira, veteranos ativistas russos de direitos humanos haviam classificado como 'insulto' as afirmações da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, de que 'as eleições russas tiveram um vencedor claro'.

Após o pleito parlamentar de dezembro passado, os EUA tinham reagido de uma forma radicalmente diferente à de agora, ao denunciar fraudes e manifestar apoio à oposição, o que levou Putin a acusar Hillary de instigar os protestos antigovernamentais.

Por isso, alguns políticos liberais russos, cientes de que a maior onda de protestos desde a queda da União Soviética estava perdendo fôlego, defendem a organização dos oposicionistas em comitês, para assim explicar mais detalhadamente ao povo suas reivindicações de reforma política e preparar uma nova estratégia de pressão sobre o Kremlin.

A popular apresentadora de televisão Kseniya Sobchak pediu neste sábado aos opositores que elaborem um programa construtivo, criem novos partidos e se integrarem no partido que está prestes a ser fundado pelo magnata Mikhail Prokhorov, o terceiro candidato mais votado no pleito da semana passada.

Enquanto isso, o líder do grupo radical Frente de Esquerda, Sergei Udaltsov, que foi novamente detido neste sábado - assim como dezenas de opositores em Moscou e São Petersburgo -, propôs congregar 1 milhão de pessoas no dia 1º de maio, o que semeou incredulidade entre as alas opositoras.

'Só as ruas podem mudar os governantes. Só as massas. Não temos outra saída. Por isso lutamos, sairemos à ruas até derrocá-los', declarou Udaltsov.

Ele propôs ainda, caso os protestos não deem resultados, métodos mais radicais como greve, desobediência civil e barracas de acampamento ao estilo da Revolução Laranja ucraniana, que conseguiu forçar a repetição das eleições presidenciais em 2004 após denúncias de fraude.

Cada vez mais são os opositores que põem em dúvida os métodos de Udaltsov, acusado de dirigir o movimento de protesto a um beco sem saída, afugentando a pacífica classe média, principal reduto opositor dos descontentes com o 'Putinismo'.

O próprio Putin - cujo mandato como presidente expira em 2018, mas com possibilidade de reeleição - admitiu a existência de algumas irregularidades no pleito. No entanto, ele considera incontestável sua vitória e tomará posse do novo cargo em maio. EFE

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