As divisões entre os islamitas e oposição continuam profundas (Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2013 às 11h25.
CAIRO - Um líder da oposição conclamou neste sábado os egípcios a boicotarem as eleições previstas para começar em abril, dizendo que o processo conduzido pelo presidente Mohamed Mursi islâmico seria "um ato de fraude".
Islâmicos, que ganharam todas as eleições desde a derrubada do ditador Hosni Mubarak em 2011, rejeitam qualquer sugestão de que as eleições parlamentares não teriam credibilidade e preveem uma participação mais forte.
Enquanto as divisões entre os islamitas e oposição continuam profundas, Mursi parecia pronto para acalmar a ira entre a minoria cristã sobre o calendário eleitoral. O líder do Conselho no Senado disse que Mursi vai alterar as datas para evitar que cristãos Coptas tenham de votar durante suas celebrações de Páscoa.
Mursi anunciou as eleições parlamentares na quinta-feira, com o objetivo de concluir a turbulenta transição para a democracia mo Egito.
No entanto, o político liberal Mohamed ElBaradei comparou as últimas eleições parlamentares àquelas realizadas ainda sob a gestão Mubarak, em 2010, que foi considerada como fraudada.
ElBaradei, um ex-chefe da agência nuclear da ONU, lembrou que pediu um boicote em 2010 "para expor a farsa da democracia".
"Hoje eu repito o meu apelo, (eu) não serei parte de um ato de fraude", disse em sua conta no Twitter.