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Oposição da Venezuela planeja novos protestos contra Maduro

Mais protestos são esperados após centenas de milhares de pessoas irem às ruas de Caracas e de outras cidades venezuelanos na quarta-feira

Protestos na Venezuela: oposição afirma que Maduro está tentando se manter no poder indefinidamente (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Protestos na Venezuela: oposição afirma que Maduro está tentando se manter no poder indefinidamente (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de abril de 2017 às 12h53.

Caracas - A oposição da Venezuela convocou novos protestos em todo país nesta quinta-feira para pressionar o governo do presidente Nicolás Maduro a realizar eleições, um dia depois de três pessoas morrerem durante manifestações realizadas em meio a uma grave crise econômica.

Centenas de milhares de pessoas foram às ruas de Caracas e de outras cidades venezuelanos na quarta-feira, na maior e mais recente ação das várias semanas de protestos contra o que opositores de Maduro afirmam ser uma guinada do governo rumo a uma ditadura.

As autoridades governamentais minimizam as manifestações, caracterizadas por barricadas de rua e confrontos com as forças de segurança, classificando-as como esforços violentos e ilegais para depor o governo de esquerda de Maduro, com apoio de adversários ideológicos dos Estados Unidos.

A oposição afirma que Maduro, profundamente impopular no momento em que os venezuelanos sofrem com uma inflação de três dígitos e uma escassez de alimentos e de bens de consumo, está tentando se manter no poder indefinidamente, impedindo que líderes opositores ocupem cargos públicos e sufocando instituições independentes.

"Iremos continuar nas ruas, isso não tem fim", disse o guarda-costas Yorman Barrios, de 25 anos, enquanto manifestantes e forças de segurança travavam choques nos arredores, na quarta-feira.

A oposição conclamou apoiadores a se reunirem em cerca de duas dúzias de pontos nos arredores de Caracas e marchar para a capital, como tentaram fazer no dia anterior.

A onda atual de passeatas anti-Maduro, a mais prolongada desde 2014, tem provocado conflitos constantes nos quais jovens e soldados da Guarda Nacional travam confrontos violentos. Na noite de quarta-feira também surgiram barricadas e houve alguns saques.

Dois estudantes e um agente da Guarda Nacional foram mortos nas manifestações de quarta-feira, elevando o saldo de mortes dos protestos deste mês a oito. O grupo de direitos humanos Penal Forum disse que mais de 500 pessoas foram presas.

Ainda na quarta-feira Maduro, de 54 anos, pediu a seus apoiadores para realizarem contramanifestações em Caracas. Aliados do presidente dizem que os protestos de rua da oposição são rupturas violentas da ordem pública que excedem os direitos de liberdade de reunião e que não seriam toleradas em nenhum outro país.

A nova onda de manifestações foi motivada por uma decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), de março, por meio da qual este assumiu os poderes do Congresso de maioria opositora, medida que a corte revogou poucos dias depois.

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